O presidente Lula disse, nesta quarta-feira (10), que enviará na sexta-feira (12) um projeto de lei, que ficou conhecido como PL do futebol feminino, para garantir incentivo à modalidade e combater o machismo.Saiba mais em TVT News.
Ele encontrou integrantes do elenco de jogadoras e da comissão técnica campeã da última Copa América Feminina. No dia 2 de agosto, o Brasil foi campeão ao vencer a Colômbia nos pênaltis (por 5 a 4), após um empate de 4 a 4 no tempo normal.
“Esse projeto de lei vai garantir às organizações esportivas formadas de futebol feminino os mesmos direitos e benefícios conferidos às de futebol masculino, inclusive os recursos financeiros. Vai incentivar o futebol feminino de base e parcerias entre escolas, universidades e clubes de futebol para capacitação de talentos no futebol feminino. Além de combater a discriminação, a intolerância e a violência contra mulheres nas práticas relacionadas ao futebol”, afirmou o presidente.
Ele disse que é preciso incentivar o futebol feminino de base, as parcerias entre escolas, universidades e clubes de futebol para capacitação de talentos.
“No Brasil, quando um atleta fica famoso, não falta nem patrocínio nem falta salário. Mas até a pessoa ficar famosa, é preciso saber quem é que cuida desse atleta”, ponderou o presidente.
Participaram do encontro as atletas Amanda Gutierres, Andressa Karolaine, Cláudia Luana de Oliveira, Fátima Dutra e Fernanda Palermo. Também estiveram presentes o ministro do Esporte, André Fufuca; o técnico da Seleção Brasileira, Arthur Elias; e o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Samir Xaud.
Universidade do Esporte
Lula ainda recordou a criação do Bolsa Atleta que garante incentivo às pessoas com mais necessidade o direito de praticar esporte.
O presidente acrescentou que pretende criar no Brasil uma universidade de esporte. “Uma universidade federal que possa agrupar todas as práticas de esporte”. Não para ensinar o esporte, mas para aprimorar os esportistas.
Lula ainda que pretende realizar um grande evento para anunciar a universidade. “Obviamente que a gente vai precisar da CBF (Confederação Brasileira de Futebol)”, disse, enfatizando que vão ser necessários recursos da entidade.
Por fim, o mandatário aproveitou para recordar que o país vai sediar em 2027 a Copa do Mundo de Futebol Feminino. “Eu espero que esse sucesso de vocês na Copa América se repita na Copa do Mundo”.
A seleção feminina foi a vice-campeã olímpica no ano passado.
Novas propostas
O ministro do Esporte, André Fufuca, também presente ao evento, disse que é inquestionável a evolução do futebol feminino.
“Hoje, infelizmente, 80% das nossas atletas são amadoras, enquanto os times oficiais só aceitam que até quatro jogadoras possam ser amadores. Com esse projeto de lei, todos os times que estiverem na primeira, segunda, terceira e quarta divisões do futebol, só poderão ter quatro atletas amadores. Com isso, a gente vai aumentar o profissionalismo do futebol feminino”, declarou. Fufuca também pontuou que, atualmente, quando as atletas engravidam, muitos clubes não garantem a elas direitos básicos. “Com esse projeto de lei, será garantido o direito das atletas, tanto na gravidez, como também após a gravidez”, explicou.
O técnico da Seleção Brasileira, Arthur Elias, destacou a relevância do projeto de lei para o fortalecimento do futebol feminino.
“Quando a gente vê um projeto de lei, que espero que vire lei, com esses pilares que o ministro Fufuca trouxe, para mim é sensacional. Porque aí sim há uma transformação. E a gente vai conseguir chegar mais próximo das condições que elas têm lá fora para se desenvolver”, afirmou.
“É muito importante para a gente ter esse reconhecimento. É uma honra, sempre, vestir a camisa da Seleção. Ainda mais ganhar um título pela Seleção. Espero que a gente siga fazendo história, representando e orgulhando muito o nosso país”, disse a goleira Cláudia Luana de Oliveira, na cerimônia.
Copa do Mundo Feminina
Segundo o Governo federal, a Copa 2027 é prioridade como vetor de desenvolvimento do futebol feminino. Os objetivos são fomentar o crescimento da modalidade e incentivar uma mudança cultural na sociedade, focando em equidade e inclusão. O conceito de mobilização para a Copa é: “No Brasil, as mulheres fazem história dentro e fora do campo.”
“Nós vamos sediar e fazer a melhor e maior Copa do Mundo Feminina de todos os tempos. E, para isso, nós precisamos do apoio do Governo Federal, de todos os estados, governadores e senadores. Queremos fazer história e consolidar o futebol feminino no Brasil”, enfatizou o presidente da CBF, Samir Xaud.
“Sentimento único”
A goleira Claudia Luana, da seleção e do Fluminense-RJ, disse ao presidente que é uma honra sempre vestir a camisa da seleção.
“É um sentimento único para gente. Ainda mais ganhar um título pela seleção, nem tem palavras para escrever, quanto isso é de muito orgulho para a gente”.
A coordenadora técnica de Seleções Femininas da CBF, Cristiane Gambaré, garantiu que a entidade tem procurado apoiar as atividades da modalidade. “Nós precisamos do apoio do governo federal, de todos os estados, governadores e senadores. Nós precisamos entregar um grande evento e é isso que nós estamos empenhados desde que assumimos a CBF”, disse.













