De acordo com a revista Veja, O governo Lula autorizou, por meio da Lei Rouanet, a captação de até R$ 1,3 milhão em recursos públicos para a produção de um espetáculo teatral que presta homenagem ao Tabaris Dancing, um prostíbulo de luxo que operou no centro de São Paulo no início do século 20.
Sob o título “Tabaris Dancing” ou “Cabaré Máximo – Toda gerência é feminina”, o projeto foi autorizado a captar recursos com isenção fiscal e se propõe a “reimaginar”, com base em relatos históricos e elementos ficcionais, a trajetória das mulheres que administraram o estabelecimento.
O espetáculo será apresentado em palcos de São Paulo e Rio de Janeiro e é promovido por uma produtora cultural que descreve o antigo cabaré como um “emblemático espaço” da história paulistana. O Tabaris, instalado em um prédio de 1911 próximo ao Theatro Municipal, era frequentado pela elite e, segundo reportagem da Folha de S.Paulo, se destacou como um dos principais locais de meretrício de alto padrão na cidade.
A proposta aprovada pelo Ministério da Cultura prevê uma abordagem artística e dramatizada do tema, exaltando o papel feminino na gestão do bordel e inserindo o local no contexto da memória urbana da capital paulista.
A liberação da proposta reacende o debate sobre os critérios de aprovação da Lei Rouanet, frequentemente usada por governos como ferramenta de incentivo cultural, mas alvo de críticas por permitir o financiamento de projetos de gosto e mérito duvidosos, segundo opositores.
Setores mais conservadores enxergam a homenagem ao bordel como uma forma de glamourização de um espaço associado à exploração sexual e à marginalidade, ainda que o projeto afirme adotar uma “perspectiva crítica e artística” da história.
