São Paulo – O vereador Rubinho Nunes (União Brasil) protocolou um projeto de decreto legislativo na Câmara Municipal de São Paulo que declara o ministro da Fazenda e ex-prefeito da capital, Fernando Haddad (PT), como “persona non grata” no município.
Ex-MBL e conhecido por encampar pautas anti-esquerda, Nunes justifica a proposta dizendo que ela “traduz o sentimento dos paulistanos quanto ao petista, responsável por inúmeros retrocessos enquanto prefeito da cidade e, atualmente, na condição de Ministro de Lula”.
Haddad foi prefeito de São Paulo entre 2013 e 2016 e perdeu a reeleição para João Doria. O petista foi candidato à Presidência da República em 2018, quando perdeu no segundo turno para Jair Bolsonaro (PL). Em 2022, foi ao segundo turno na disputa pelo Governo de São Paulo, sendo derrotado por Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Na justificativa protocolada junto ao projeto, Rubinho Nunes lista algumas ações de Haddad como prefeito que considera ruins, como a implantação de ciclovias “instaladas a fórceps em tumultuadas avenidas”, o que, segundo o parlamentar, “colocou em risco a vida dos paulistanos”.
O vereador também critica a política adotada pela gestão Haddad na Cracolândia, especialmente o programa Braços Abertos, baseado na lógica de redução de danos. A iniciativa é amplamente explorada por setores da direita, que classificam o programa como “bolsa crack”.
Por fim, o projeto também aborda ações de Haddad como ministro da Fazenda no atual mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que geraram repercussão, como a chamada “taxa das blusinhas” e a recente polêmica envolvendo o monitoramento de transações por PIX.
“O Haddad foi o pior prefeito da história de São Paulo, o pior Ministro da Fazenda da história do Brasil. Sua sede por impostos tem destruído milhões de lares brasileiros, especialmente ao tentar monitorar o PIX. Nada mais justo que receber uma ‘homenagem’ à altura de sua incompetência: Persona Non Grata”, afirmou Rubinho.
Rubinho Nunes coleciona polêmicas desde que foi eleito em 2020. Ele chegou a ser investigado por um inquérito da Polícia Civil por apresentar duas CPIs para investigar ONGs que atuam junto à população de rua na cracolândia e abusos sexuais contra pessoas vulneráveis e usuárias de drogas. As iniciativas geraram críticas por mirar o padre Julio Lancellotti, da Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo.
Aliado do ex-presidente da Câmara Milton Leite (União), Rubinho era um dos cotados para assumir a presidência da Casa em 2026. Ele, no entanto, perdeu o apoio do prefeito Ricardo Nunes (MDB) após apoiar Pablo Marçal (PRTB) na eleição de 2024, contrariando o próprio partido, que é da base do prefeito.