A filha de Vera Jarach foi sequestrada pela ditadura argentina em 1976, aos 18 anos de idade
Buenos Aires, Argentina (Agência France Presse)
Vera Jarach, referência das Mães da Praça de Maio, movimento social argentino que busca pelos filhos desparecidos na ditadura militar da Argentina, morreu em Buenos Aires aos 97 anos. A informação é da organização Madres de Plaza de Mayo. Leia em TVT News. Vera Jarach nasceu na Itália e se nacionalizou argentina. Em 1977, entrou para a organização Mães da Praça de Maio para buscar sua única filha Franca, sequestrada em junho de 1976, aos 18 anos.
Depoimentos de sobreviventes colocam o jovem estudante ativista como uma das milhares de vítimas que passaram pela prisão clandestina que funcionava na Escola de Mecânica da Marinha (ESMA), em Buenos Aires, um dos centros de tortura mais temidos da ditadura.
Acredita-se que ele tenha sido uma das vítimas dos chamados “voos da morte”, nos quais os detidos eram drogados e depois jogados de aviões no Rio da Prata.
Vera Jarach buscou pela filha incansavelmente
Vera Jarach chegou à Argentina ainda criança, fugindo do fascismo na Itália, e era neta de uma vítima do Holocausto morta em Auschwitz.
“Querida Vera, inteligente, culta, alegre companheira tantas vezes e silenciosa outras vezes, porque em sua mente girava a pergunta que nunca deveria ter existido: por quê?”, disse Taty Almeida, presidente do grupo Madres de La Plaza de Mayo, em um comunicado.
A Assembleia Legislativa da Cidade de Buenos Aires sediará o funeral em homenagem à sua luta.
Organizações de direitos humanos estimam que a ditadura civil-militar deixou cerca de 30.000 desaparecidos.
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