Esses três estados, juntos, concentraram 88% da área desmatada. A alta ocorre apesar de esforços anteriores para conter a destruição, levantando questionamentos sobre a eficácia das políticas ambientais atuais. O Imazon aponta que atividades ilegais, como queimadas e extração de madeira, contribuíram para o cenário, agravado por condições climáticas que facilitam a derrubada. Organizações ambientais e especialistas alertam que o avanço do desmatamento ameaça a biodiversidade e os compromissos climáticos do Brasil, como a meta de zerar a devastação até 2030.
Contexto revela agravamento da situação ambiental
Os números de janeiro de 2025 contrastam com a tendência de redução observada em anos anteriores, como em 2024, quando o desmatamento em janeiro atingiu 79 km², uma queda de 60% em relação a 2023. Esse recuo havia sido comemorado como um sinal de fortalecimento das ações de fiscalização e controle na Amazônia Legal, que abrange Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. No entanto, o novo aumento indica uma possível retomada de práticas predatórias. Segundo o Imazon, o Mato Grosso concentrou 60 km² de áreas desmatadas, impulsionado por atividades agropecuárias e grilagem de terras, enquanto Roraima registrou 31 km², influenciado por um clima mais seco que facilita a derrubada. Já o Pará, com 27 km², segue como um ponto crítico histórico.
Além disso, a degradação florestal – caracterizada por danos parciais à vegetação, como queimadas e extração seletiva de madeira – atingiu 355 km², um número 21 vezes maior que os 16 km² registrados em janeiro de 2024. Esse dado é o terceiro maior da série histórica para o mês, ficando atrás apenas de 2015 (389 km²) e 2011 (376 km²). O histórico da Amazônia revela períodos de altos e baixos, mas o atual crescimento reacende preocupações sobre a capacidade de gestão ambiental em áreas protegidas, como terras indígenas e unidades de conservação, que também sofreram perdas significativas.
Impactos ameaçam biodiversidade e clima global
O avanço do desmatamento em janeiro de 2025 traz consequências graves para a Amazônia e reverbera em escala global. A perda de 133 km² de floresta compromete a rica biodiversidade da região, lar de milhares de espécies de fauna e flora, muitas delas endêmicas e ainda pouco estudadas. Além disso, a derrubada contribui para a emissão de gases de efeito estufa, intensificando as mudanças climáticas em um momento em que o Brasil enfrenta secas severas e eventos extremos.
Especialistas do Imazon destacam que áreas protegidas, como terras indígenas, estão entre as mais afetadas, com sete das dez mais desmatadas localizadas total ou parcialmente em Roraima. A terra indígena Yanomami, por exemplo, segue sob pressão de garimpos ilegais, enquanto outras regiões sofrem com a expansão agrícola. A degradação de 355 km² agrava ainda mais o cenário, pois enfraquece a capacidade da floresta de se regenerar. Ambientalistas alertam que o aumento pode dificultar o cumprimento da meta brasileira de zerar o desmatamento até 2030, assumida em acordos internacionais como o Acordo de Paris. Por outro lado, a alta na destruição reacende debates sobre a necessidade de políticas mais rígidas de fiscalização e incentivos à economia sustentável, como o uso de recursos florestais sem derrubada. A pressão internacional também cresce, com países cobrando ações efetivas para preservar o maior bioma tropical do planeta.
Perspectivas exigem ações urgentes na Amazônia
Diante do aumento de quase 70% no desmatamento em janeiro de 2025, o futuro da Amazônia depende de medidas imediatas e coordenadas. O Imazon sugere que o governo federal intensifique a fiscalização em estados como Mato Grosso, Roraima e Pará, que lideram a devastação, além de acelerar a criação de novas áreas protegidas para frear atividades ilegais. Enquanto isso, organizações ambientais cobram políticas que conciliem desenvolvimento econômico com a preservação, como incentivos à bioeconomia e punições mais severas a infratores.
A comparação com anos anteriores mostra que é possível reduzir a destruição, como ocorreu em 2024, mas a reversão atual exige uma resposta rápida para evitar um efeito cascata nos próximos meses. Especialistas acreditam que o fortalecimento de órgãos como o Ibama e o ICMBio, aliados a parcerias com comunidades locais, pode conter o avanço. Para o Brasil, o desafio vai além da Amazônia, impactando sua imagem global e compromissos climáticos. Assim, o sucesso em reverter esse quadro dependerá de uma gestão ambiental eficaz e do engajamento de toda a sociedade. Acesse mais informações em Agora Notícias Brasil e acompanhe detalhes sobre o tema em nossa seção de outras notícias.