O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), importante peça na disputa pela Presidência da Câmara dos Deputados, já avisou ao atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que vai apoiar o deputado Elmar Nascimento (União-BA) para suceder o alagoano no comando da Casa.
Segundo a CNN apurou, Bolsonaro franqueou o apoio baseado em dois compromissos inegociáveis.
Um deles é que Nascimento garanta o respeito à proporcionalidade, concedendo ao PL a primazia na escolha de cargos e comissões na Câmara. O Partido Liberal tem a maior bancada de deputados federais, portanto, pode desfrutar deste direito.
O segundo ponto é que o projeto de anistia aos investigados e condenados na tentativa de golpe de 8 de Janeiro possa tramitar na Câmara sem empecilhos.
Na noite de terça-feira, durante jantar de posse do novo presidente do União Brasil, Antônio Rueda, em Brasília, a CNN perguntou ao deputado Elmar Nascimento sobre sua opinião em relação ao projeto de anistia.
“Se você me perguntar se eu sou a favor de uma pena de 14 anos contra um condenado ao 8 de Janeiro ou anistiar essa pessoa, eu te respondo que, sem dúvida, sou a favor da anistia.”
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também estava no jantar e declarou à CNN: “Eu sou senador, mas pode dizer que o deputado Elmar (Nascimento) tem, sim, a minha torcida para vencer a eleição à presidência da Câmara”, revelou.
Arthur Lira segue com a missão pessoal de emplacar um sucessor e tem em Nascimento seu substituto favorito. No entanto, quer angariar apoio também do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Deste modo, poderia imprimir uma vitória expressiva, assim como fez em sua própria eleição para o comando da Câmara.
Outros nomes seguem no páreo para a disputa: o do presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira (SP), atual primeiro vice-presidente da Câmara; o do alagoano Isnaldo Bulhões Jr., do MDB, segunda geração de políticos influentes em Alagoas; e do baiano Antônio Brito, líder do PSD na Câmara.
Projeto de anistia
Escolhido por Elmar Nascimento como relator do projeto de anistia aos envolvidos no quebra-quebra de 8 de Janeiro, o deputado Rodrigo Valadares (União-SE) quer acordo.
Ele disse à CNN que vai insistir em buscar diálogo também com os partidos de esquerda para fazer um “relatório equilibrado”. As reuniões já começaram.
Valadares também reforçou que o ex-presidente Jair Bolsonaro pediu para não ser incluído como possível anistiado para não “contaminar” o projeto.
CNN