A Polícia Civil decidiu instaurar um inquérito para investigar o vereador Rubinho Nunes (União Brasil), parlamentar que nos últimos meses apresentou dois pedidos na Câmara Municipal de São Paulo para abrir Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) que visavam investigar o padre Julio Lancellotti. A ação da polícia atende a um pedido do Ministério Público de São Paulo (MPSP).
O pedido de abertura de inquérito realizado pelo MPSP foi embasado em uma notícia de fato levada ao órgão pelo Instituto Padre Ticão, que acusou o vereador de ter cometido abuso de autoridade ao tentar abrir uma CPI “mesmo sem qualquer indício de conduta criminosa por parte do pároco, com única motivação de produzir ganho pessoal de capital político”.
– A CPI, da forma como proposta e em ano eleitoral, é abusiva e merece apuração por parte do Ministério Público e da Polícia Civil – disseram os advogados Marcos Sá, Gilney Mello e André Lozano, que representam o instituto.
Nos últimos meses, Rubinho Nunes protocolou dois pedidos de aberturas de CPIs na Câmara da capital paulista: O primeiro, em dezembro do ano passado, visava investigar ONGs que atuam na Cracolândia. O nome do padre Julio Lancellotti não foi citado no texto, mas Rubinho fez diversas referências ao sacerdote em suas redes.
O segundo pedido foi feito em março deste ano, quando Rubinho propôs a abertura de um colegiado para investigar abuso e assédio sexual contra pessoas vulneráveis, usuárias de drogas e em situação de rua na capital. Novamente, o sacerdote não foi citado no texto, mas o foco principal era ele.
Isso porque, semanas antes do segundo pedido para abrir uma CPI contra o clérigo ser apresentado, a revista Oeste divulgou o resultado de uma perícia contratada por Rubinho Nunes que confirmava que um homem que aparecia em uma videochamada íntima com um menor de idade era Julio Lancellotti. O sacerdote negou as acusações.
OUTRO LADO
Em uma rede social, o vereador Rubinho Nunes chamou a representação de “um completo absurdo” e afirmou que não há qualquer abuso de autoridade em relação à CPI. O político ainda disse que estuda ingressar com uma representação criminal contra os responsáveis pelo Instituto Padre Ticão.
– Vou estudar uma representação criminal contra os responsáveis pelo instituto por denunciação caluniosa eleitoral, haja vista que aguardaram a eleição se avizinhar para apresentar a estapafúrdia denúncia – completou.