A construtora Odebrecht, que alterou seu nome para OEC em 2019 em decorrência da crise provocada pelo esquema de corrupção desvendado pela Operação Lava Jato, decidiu retomar sua antiga denominação.
“A partir de 2 de maio, a identidade visual da companhia será renovada, acompanhando o momento vivido pela empresa após a recente homologação do seu plano de reestruturação financeira. A sigla OEC, até então central no logotipo, dá lugar ao nome Odebrecht, mantendo o descritivo ‘Engenharia & Construção’, que indica o seu segmento de atuação”, diz trecho do anúncio da empresa do grupo Novonor.
Em 1944, a Odebrecht foi fundada como Construtora Norberto Odebrecht.
Lava Jato
Durante a Lava Jato, a empresa foi apontada como uma das principais no esquema de corrupção da Petrobras.
De acordo com as investigações, a Odebrecht pagou propinas a políticos, empresários e agentes públicos para obter contratos e benefícios em licitações no Brasil e América do Sul.
O ex-presidente Marcelo Odebrecht e ex-executivos fizeram acordo de delação premiada, que ajudaram a revelar detalhes envolvendo políticos e partidos.
Anulação de provas
Em março, a Organização dos Estados Americanos (OEA) divulgo um relatório sobre a 6ªa Rodada de Avaliação do Brasil sobre implementação da Convenção Interamericana sobre Corrupção, no qual concluiu que a anulação de provas colhidas sobre a Odebrecht no âmbito da Operação Lava-Jato e a renegociação dos acordos de leniências podem “minar a confiança e contribuir para uma sensação de insegurança jurídica”.
No documento, a Comissão de Peritos do Mecanismo de Acompanhamento da Implementação da Convenção Interamericana contra a Corrupção (MESICIC) apontou que as recentes decisões do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulando as provas do acordo de leniência da Odebrecht (Novonor) e a suspensão do pagamento de multa de R$ 8,5 bilhões “revelam desafios aos acordos de leniência” e podem gerar “incerteza e possíveis atrasos em seu cumprimento”.
“Há quase uma década, as informações sobre o suborno transancional confessado pela empresa em mais de uma dezena de países permanecem sob sigilo e, com as anulações recentes, é possível que jamais venham a luz”, disse Bruno Brandão, diretor executivo da Transparência Internacional – Brasil.
O Antagonista