Em mensagens encontradas pela Polícia Federal (PF) no celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, um interlocutor identificado apenas pelo nome de “Riva” confirmou para o Tenente-Coronel Sérgio Cavaliere que a Marinha, liderada à época pelo Almirante Almir Garnier, chegou a preparar tanques para a tentativa de golpe de Estado planejado por Bolsonaro e seus aliados. “O Almirante Garnier é PATRIOTA. Tinham tanques no Arsenal prontos”, enviou o militar.
Os prints da conversa entre Cavaliere e “Riva” foram encaminhados para Mauro Cid por Cavaliere, em 4 de janeiro de 2023, quatro dias antes dos atos golpistas de 8 de janeiro.
Na mesma conversa, “Riva” cita uma reunião que Bolsonaro teria tido com seu então vice-presidente, o General Hamilton Mourão e outros generais, ocasião em que os militares teriam rasgado um documento que Bolsonaro assinou, possivelmente o Decreto de Golpe de Estado. “Riva” também afirma que Mourão estaria negociando a saída de Bolsonaro do Brasil.
Já com Mauro Cid, Cavaliere pergunta se a história da reunião de Bolsonaro contada pelo outro militar era verídica. Cid diz que “não foi bem assim” e encaminha um áudio explicando o ocorrido, que apagou após seu envio.
As informações fazem parte do relatório divulgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde desta terça-feira (26), em que a Polícia Federal concluiu que Bolsonaro atuou de “forma direta e efetiva” no plano golpista que impediria o Presidente Lula de tomar posse em 2023. O mesmo relatório também indica a participação ativa do general da reserva Walter Braga Netto.
Leia na íntegra o relatório