O cenário econômico brasileiro ganhou novas diretrizes com o anúncio do bloqueio de cerca de R$ 5 bilhões no orçamento de 2024. Confirmada nessa quinta (21/11) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a medida visa adequar as contas públicas diante de crescentes despesas obrigatórias. O detalhamento do bloqueio ainda depende de avaliações do Ministério do Planejamento.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, confirmou mais cedo nesta sexta-feira (22) um novo bloqueio orçamentário, que será detalhado pela Junta de Execução Orçamentária (JEO) ainda hoje.
Com essa medida, o total bloqueado neste ano alcançará R$ 18,3 bilhões. O valor será incluído no relatório de avaliação de receitas e despesas elaborado pela JEO. Segundo técnicos do governo, o principal motivo para o bloqueio foi o aumento das despesas obrigatórias relacionadas à previdência. Por outro lado, os gastos com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) ficaram abaixo do previsto.
Como o novo bloqueio no orçamento se sustenta?
A principal razão apontada para a adoção do bloqueio foi o crescimento das despesas obrigatórias, especialmente previdenciárias. Esses gastos, considerados inelásticos, mantêm pressão sobre as finanças públicas. Enquanto isso, as despesas com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) apresentaram crescimento abaixo do previsto, contribuindo para a tentativa de equilibrar o orçamento.
Desde julho, o governo tem mantido uma postura preventiva, limitando despesas discricionárias. Essa abordagem engloba contenções em gastos de manutenção e investimentos, buscando uma gestão mais prudente das receitas e despesas governamentais.
O que ocorrerá com o pacote de corte de gastos?
Paralelamente ao bloqueio imediato, o governo vem desenvolvendo um pacote de corte de gastos, com implementações planejadas para 2025. Este pacote, segundo Haddad, ainda passa por ajustes finais e tem como objetivo apresentar economias significativas. Estima-se que os cortes possam poupar cerca de R$ 70 bilhões nos primeiros dois anos, divididos em R$ 30 bilhões em 2025 e R$ 40 bilhões em 2026.
A apresentação oficial do pacote estava inicialmente agendada para ser realizada nesta semana, mas teve que ser adiada. A expectativa agora é que ocorra entre segunda ou terça-feira, a depender da formatação do anúncio oficial.
Qual a reação do mercado financeiro?
O mercado financeiro tem acompanhado com atenção a trajetória fiscal do Brasil. A consolidação de medidas como o bloqueio e o pacote de cortes atende a preocupações sobre a sustentabilidade das contas públicas. O ministro Haddad destacou que, embora não esteja em posição de confirmar números exatos do pacote, as orientações garantidas devem fortalecer a estrutura fiscal nacional.
Esses passos são percebidos como essenciais para manter a confiança dos investidores e assegurar a estabilidade econômica do país, sobretudo em um cenário de volatilidade global e pressões inflacionárias internas.
Sobre os próximos passos, Haddad mencionou a necessidade de ajustes finais a serem discutidos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa reunião determinará o percurso final do pacote fiscal e garantirá que todos os aspectos, inclusive acordos com outros ministérios, estejam alinhados com a estratégia governamental global.
Com o companheiro Lula e o brother Xi.
Foram 37 acordos assinados entre Brasil e China em diversas áreas 🇧🇷🇨🇳
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— Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) November 20, 2024