As exportações de cafés verdes do Brasil alcançaram 3,073 milhões de sacas de 60 quilos em setembro, aumento de 7,1% no comparativo anual, puxado pela maior disponibilidade de grãos da variedade arábica provenientes da nova safra, disse hoje (11) o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Somente os embarques do arábica somaram 2,92 milhões de sacas no mês passado, alta de 18% compensando a queda de 62,2% nas vendas externas do café robusta, que ficaram em 147,32 mil sacas.
Considerando também o produto industrializado, as exportações totais de café atingiram 3,38 milhões de sacas, crescimento de 4,5% ante setembro do ano passado.
O maior ingresso dos grãos arábicas da nova safra no mercado contrabalança a intensa demanda das indústrias nacionais pelos cafés canéforas (robusta e conilon), disse em nota o presidente da entidade, Günter Häusler.
“As exportações de arábica subiram 18% ante setembro de 2021 e registraram o segundo melhor patamar dos últimos cinco anos. Assim, no total, a queda nos envios de conilon e robusta foi compensada, gerando um fechamento positivo no mês passado”, afirmou.
Em receita, o desempenho foi recorde para os meses de setembro, com US$ 805,5 milhões (R$ 419 milhões), avanço de 49,8% no comparativo anual.
Com o resultado de setembro, as exportações no acumulado dos três primeiros meses do ano safra 2022/23 chegaram a 8,742 milhões de sacas, rendendo US$ 2,07 bilhões (R$ 10,77 bilhões) no período — o melhor desempenho nos últimos cinco anos, de acordo com o conselho.
Na comparação com o intervalo de julho a setembro de 2021, os números apresentam recuo de 2,7% em volume, mas incremento de 48,9% em receita cambial, informou o Cecafé.
Ano civil
No acumulado de janeiro a setembro deste ano, as exportações brasileiras de café somaram 28,74 milhões de sacas, recuo de 3,9% ante igual período de 2021.
Já a receita cambial é recorde, com os embarques rendendo US$ 6,73 bilhões (R$ 35,03 bilhões) até o momento, montante que representa ganhos de 60,4% ante os US$ 4,19 bilhões (R$ 21,81 bilhões) apurados entre janeiro e setembro do ano passado.
“As exportações de café arábica tiveram o melhor desempenho nesse intervalo de nove meses dos últimos cinco anos, contribuindo para mitigar a queda em volume até o momento”, disse o presidente.
“O recorde em receita cambial no agregado de 2022 reflete a taxa de câmbio favorável e o bom nível do preço médio do embarque, que avança 67% ante 2021 e chega a 234,12 dólares por saca”, acrescentou.
Mesmo com a melhora pontual no cenário, o presidente do Cecafé ressaltou que os gargalos na logística seguem desafiadores.
Os Estados Unidos lideram o ranking de compradores de café do Brasil entre janeiro e setembro, com 5,85 milhões de sacas, volume 2,3% superior no ano a ano. Esse volume corresponde a 20,4% dos embarques totais do Brasil neste ano.
A Alemanha, com representatividade de 17,7%, importou 5,097 milhões de sacas (+1,4%) e ocupa o segundo lugar.
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