A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) forneceu à equipe de segurança de Lula (PT), durante a transição de dezembro de 2022, relatórios com informações sobre atos que precederam os atos de 8 de janeiro de 2023, registrou a Folha de S.Paulo.
Composta majoritariamente por policiais federais, a segurança do petista era chefiada por Andrei Rodrigues (à direita na foto), atual diretor-geral da Polícia Federal.
A entrega de documentos com informações de inteligência ao grupo de trabalho responsável pela segurança de Lula era desconhecida até então.
As informações da AbinOs informes da Abin apontavam a presença de veículos que circulavam nas proximidades do hotel onde o então presidente eleito estava hospedado, além do mapeamento de manifestantes com histórico agressivo.
Um dos relatos mencionava um homem que tentou acessar, por duas vezes, o andar em que Lula ficava.
A tentativa de invasão da sede da Polícia Federal em 12 de dezembro de 2022 também foi informada à equipe liderada por Andrei Rodrigues.
Em que se baseavam os alertas do diretor-geral da PF?Em 7 de janeiro de 2023, Andrei Rodrigues emitiu um ofício alertando para a possibilidade de atos violentos nos dias seguintes.
Contudo, o documento não apresentava detalhes sobre as informações que sustentavam essa previsão.
Durante um processo administrativo disciplinar, o chefe da Polícia Federal afirmou que não enviou relatórios detalhados sobre os riscos identificados à Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, limitando-se a uma comunicação verbal durante uma reunião.
Monitoramento prévioSegundo o jornal, os documentos produzidos pela Abin evidenciam que houve um monitoramento prévio por parte da agência de inteligência sobre manifestantes que representavam riscos à ordem pública.
Se essas informações tivessem sido devidamente analisadas, o rastreamento dos responsáveis pelos atos de 8 de janeiro poderia ter sido facilitado.
O relatório produzido pela PF sobre as falhas na segurança durante os eventos de 8 de janeiro concluiu que houve uma grave falta na coordenação das informações oriundas da Abin.
O texto, enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), dizia que “as informações da Abin, que eram vitais para a prevenção da invasão, não chegaram ao conhecimento de todos os responsáveis”.