Em sua primeira candidatura oficial, o apresentador José Luiz Datena (PSDB), que concorre à Prefeitura de São Paulo, afirmou que não tem dúvidas de que saiu “na eleição errada”, por ser “a mais difícil”. A declaração foi dada nesta quinta-feira (29), em sabatina da GloboNews.
– Não tenha dúvida, eu considero muito ter saído na eleição errada. Primeiro que é a eleição mais difícil – disse Datena, ao ser questionado pela jornalista sobre a permanência dele na disputa e o avanço de outros candidatos, incluindo o empresário Pablo Marçal (PRTB), que alcançou protagonismo nas últimas semanas, tanto pela postura nos debates eleitorais quanto por sua ascensão nas pesquisas de intenção de voto.
Datena afirmou que se apresentava como uma alternativa à polarização dos candidatos apoiados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL), mas que a entrada de Marçal na disputa, a quem se referiu como “um cara fora da curva”, mudou o cenário e aumentou a dificuldade do pleito.
O candidato reconheceu, ainda, que precisa melhorar seu desempenho durante os debates, mas reclamou do fato de os adversários quererem “dar p****** nesse Pablo Marçal”, o que faz, segundo ele, com que o empresário ganhe protagonismo.
– Esse tipo de gente tem que ser parado pela Justiça. Ninguém sabe quem vai ganhar esta eleição. Estou sentindo que a única grande chance que eu tenho é com o povo, mesmo – disse, afirmando que sente o carinho das pessoas durante as agendas de rua.
O tucano declarou que em outras eleições, suas pré-candidaturas iniciaram com “25%, 30% (das intenções de voto) já de saída”, acrescentando que se fosse para encarar uma “eleição considerada certa” teria seguido nas anteriores.
PESQUISAS
Segundo as últimas pesquisas na capital paulista, a candidatura do tucano vem desidratando. No levantamento da Quaest, o mais recente, divulgado nesta quarta-feira (28), Datena aparece com 12% das intenções, e é o candidato mais rejeitado, com 56% das respostas. Em 30 de julho, o levantamento do instituto apontava empate técnico na liderança entre ele (19%), o prefeito Ricardo Nunes (MDB), com 20%, e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), também com 19%.
Na última pesquisa Datafolha, do dia 22, o apresentador aparece com 10% – na pesquisa anterior, de duas semanas atrás, ele tinha 14% das intenções, empatado com Marçal.
O fato de ter recuado 7 pontos porcentuais na última pesquisa Quaest, em relação a anterior, foi mencionado pelo apresentador, que fez comparações com a ocasião em que aparecia em empate técnico no primeiro lugar.
– Agora que saí com 12 pontos, ninguém, nem do partido, me ligou, sem ser o presidente e o Aécio. Um silêncio ensurdecedor – disse, se referindo ao deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG).
O apresentador disse ainda que, após o resultado, consultou os tucanos para saber se queriam “tomar outro caminho”, mas que teve a insistência em seu nome para seguir no pleito.