Nesta terça-feira (13), o jornalista Gerson Camarotti, da GloboNews, se manifestou sobre a gafe de Janja que, na China, protagonizou um momento constrangedor ao pedir a palavra para falar com o presidente chinês Xi Jinping sobre o TikTok, que ela considera ter um algoritmo favorável à direita. Segundo ele, “tudo o que o Brasil não precisava era ter sua primeira-dama enquadrada”.
– Tudo o que o Brasil não precisava era ter sua primeira-dama enquadrada pelo Xi Jinping. Foi o que aconteceu. As atitudes da Janja causam um desconforto enorme dentro do governo. Agora, é uma questão diplomática, assim como teve recentemente, no G20, quando ela ataca o Elon Musk – comentou.
Camarotti destacou ainda que a primeira-dama “presta um desserviço, principalmente, ao governo Lula”.
– Ela presta um desserviço, principalmente, ao governo Lula quando faz isso. E essa percepção é de dentro do governo. Todo mundo tem uma história para relatar da Janja, mas agora ela foi ao extremo. (…) Se tiver alguma coisa para falar, tem que ser pelos canais diplomáticos. Isso não estava na agenda, e tudo em diplomacia é combinado antes.
O CASO
Em viagem à China ao lado de Lula, Janja da Silva causou um clima de constrangimento durante encontro com o presidente do país asiático, Xi Jinping, e sua esposa, Peng Liyuan.
Integrantes da comitiva brasileira relataram à jornalista Andréia Sadi, da GloboNews, que Janja pediu a palavra para falar como a rede social chinesa TikTok causava efeitos nocivos no Brasil. A primeira-dama sugeriu que o algoritmo da plataforma favorece a chamada “extrema-direita”.
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Em resposta, Xi Jinping teria dito que o Brasil tem soberania para não apenas regular a rede social, mas até bani-la, se assim o desejar. Além de Xi, Peng Liyuan teria ficado irritada com o comportamento de Janja durante o encontro, que teria sido considerado desrespeitoso para com a figura de Jinping.
Um dos integrantes da comitiva disse a Sadi que ninguém entendeu de onde surgiu a ideia de abordar o tema delicado na ocasião, tampouco a de pedir a palavra em um encontro que sequer tinha falas previstas.
O assunto do TikTok é especialmente delicado, porque tem sido alvo de disputa nos Estados Unidos, que já chegaram a cogitar banir a rede social por temor de que o governo chinês a usasse para espionar o país. Agora, os EUA tentam pressionar pela venda da plataforma para uma companhia norte-americana.
