Prioridades da presidência brasileira
O governo definiu cinco áreas prioritárias para o bloco: facilitação de comércio e investimentos, governança inclusiva da inteligência artificial, financiamento para enfrentar mudanças climáticas, cooperação no Sul Global e fortalecimento institucional do Brics. A expectativa é que mais de 100 reuniões sejam realizadas entre fevereiro e julho, culminando na cúpula de líderes no Rio de Janeiro.
Discussões sobre moeda alternativa ao dólar
Uma das questões mais polêmicas em debate no Brics é a possibilidade de adotar moedas alternativas ao dólar em transações comerciais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defende a medida, alegando que a dependência do dólar expõe economias emergentes à volatilidade da política monetária dos Estados Unidos. Contudo, a proposta enfrenta resistência internacional, com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, ameaçando tarifas de 100% sobre produtos de países que substituírem o dólar.
Ampliação do bloco e disputas geopolíticas
O Brics também enfrenta debates sobre sua ampliação, com a recente inclusão de países como Irã, Egito e Etiópia. Além disso, discute-se a criação de uma categoria de “parceiros”, que daria a países como Cuba e Turquia acesso limitado ao bloco. Especialistas afirmam que a expansão reforça a influência geopolítica de Rússia e China, mas questionam os benefícios econômicos.
Conclusão
Embora o Brasil busque protagonismo global, a presidência do Brics levanta dúvidas sobre sua real eficácia. O alinhamento com interesses de China e Rússia pode comprometer a autonomia brasileira e dificultar a conciliação de interesses econômicos nacionais com as ambições geopolíticas do bloco. O governo Lula precisa provar que essas ações trarão resultados concretos para a população, em vez de beneficiar exclusivamente aliados externos.