BRASÍLIA — Jair Bolsonaro decidiu contrariar a orientação dos advogados que o defendem na ação penal e, em uma segunda manifestação à imprensa nesta quarta-feira (26) à tarde, respondeu às perguntas dos repórteres sobre o processo contra ele.
A Primeira Turma do STF foi unânime ao acolher a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele e sete aliados que, pelo inquérito da Polícia Federal (PF), integraram o núcleo crucial para dar um suposto golpe de Estado no país.
Neste segundo dia de sessão, Bolsonaro optou por não ir ao julgamento e decidiu acompanhar a transmissão direto do gabinete do filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), por onde passaram aliados durante a manhã. Após o acolhimento da denúncia, o ex-presidente concedeu uma longa declaração à imprensa e até prometeu que responderia às perguntas dos repórteres quando encerrasse.
Entretanto, diante dos olhos do advogado Paulo Cunha Bueno, optou por concluir a declaração sem as respostas. Flávio, inclusive, interviu antes que o pai começasse: “os advogados orientaram”, disse justificando que ele não responderia.
Depois de quase uma hora de declaração repetindo críticas recorrentes à denúncia da PGR e à celeridade do processo, Bolsonaro retornou ao gabinete de Flávio Bolsonaro, e neste início de noite desceu novamente ao estacionamento do Senado Federal e, longe de Paulo Cunha Bueno, optou por responder às perguntas.
Em suas respostas, Bolsonaro tornou a rejeitar a possibilidade de apoiar alguém, que não ele próprio, para concorrer à eleição presidencial. Também criticou a prisão do general Braga Netto e o julgamento da deputada Carla Zambelli (PL-SP), ré no Supremo Tribunal Federal (STF) por perseguir um homem com arma em punho na véspera do último pleito presidencial.