O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou nesta sexta-feira (27) os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a taxa de desemprego no Brasil, que atingiu 6,1% no trimestre encerrado em novembro — o menor índice desde 2012. Durante uma live transmitida pela rádio AuriVerde Brasil, Bolsonaro afirmou que os números não refletem a realidade do mercado de trabalho, classificando-os como “uma mentira”.
Declarações de Bolsonaro“O IBGE considera como empregado quem não procura emprego, e quem recebe benefícios como o Bolsa Família, também é considerado empregado. O número real de desempregados é muito maior do que esse. Além disso, temos visto um aumento nas buscas por seguro-desemprego, o que demonstra que a situação é bem diferente do que esse dado mostra”, disse o ex-presidente.
Metodologia da Pnad ContínuaA taxa de desemprego é calculada com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, que adota critérios padronizados internacionalmente. Segundo a metodologia do IBGE:
Pessoas que não procuram emprego ativamente ou que estão fora da força de trabalho, como os desalentados (aqueles que desistiram de buscar trabalho), não são consideradas desempregadas;
Beneficiários de programas sociais, como o Bolsa Família, não influenciam diretamente a classificação como ocupados ou desocupados, pois isso depende da situação laboral específica de cada pessoa.
Esclarecimento do IBGE
O IBGE esclareceu que a metodologia utilizada segue as recomendações da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e foi adotada desde o início da Pnad Contínua, em 2012. Essa mesma metodologia foi empregada durante todo o governo de Jair Bolsonaro, que agora questiona os números apresentados.
Bolsonaro argumenta que as estatísticas não refletem adequadamente a realidade do mercado de trabalho no país, apontando que o aumento nas buscas por seguro-desemprego seria um indicativo de que a situação é pior do que a divulgada.