O retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos em 2025 levanta questões sobre o futuro de importantes políticas públicas sociais e ambientais. Especialistas em relações internacionais expressam incertezas sobre como isso afetará acordos multilaterais e iniciativas globais de sustentabilidade. Durante seu primeiro mandato, Trump demonstrou ceticismo em relação a tratados ambientais, algo que pode se repetir com seu retorno ao poder.
O cenário internacional já se prepara para as consequências de suas políticas. Em novembro de 2025, o Brasil sediará a COP30 em Belém, onde questões ambientais e as metas do Acordo de Paris estarão em debate. A postura dos Estados Unidos em relação a esses compromissos é central, dado seu papel de liderança global e influência nas negociações internacionais.
Como os Estados Unidos Impactam nos Acordos Climáticos?
Donald Trump / Créditos: depositphotos.com / gints.ivuskans
Os Estados Unidos representam uma força significativa nos esforços para combater as mudanças climáticas. Durante o primeiro governo Trump, houve ameaças de se retirar do Acordo de Paris, o que gerou preocupações sobre o enfraquecimento do compromisso global contra o aquecimento global. Com a administração Biden, os EUA retornaram ao acordo, mas a volta de Trump pode novamente desestabilizar esses esforços.
A posição dos EUA na COP30 é um ponto crucial, visto que suas ações podem inspirar outros países a seguir o mesmo exemplo ou a se afastar dos compromissos climáticos. Há um receio de que a falta de apoio dos EUA possa desencorajar o multilateralismo em tratados ambientais, requerendo dos diplomatas brasileiros e de outros países estratégias robustas para garantir o avanço dessas agendas.
Que Desafios o Brasil Enfrenta perante a Retórica de Trump?
O Brasil, ao assumir a presidência do BRICS em 2024, está diante do desafio de navegar pelas tensões internacionais que podem surgir com a administração Trump. A proposta de uma moeda alternativa ao dólar, discutida na cúpula do BRICS, já provocou reações adversas de Trump, que ameaçou aumentar tarifas sobre os países do bloco.
Isso coloca a diplomacia brasileira em uma posição delicada, exigindo que busque um equilíbrio entre proteger seus interesses econômicos e contribuir para debates internacionais. O cenário é ainda mais complexo se considerar o papel emergente de países como a China, que podem preencher lacunas deixadas por uma possível retração dos EUA nas negociações multilaterais.
A eleição de Trump traz à tona incertezas sobre o futuro da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada sob liderança brasileira no G20. O compromisso assinado por Joe Biden visava diminuir a fome mundial até 2030, mas a nova administração pode alterar seu rumo.
Especialistas apontam que a fome é um problema que transcende políticas nacionais, afetando particularmente zonas de conflitos como o Sudão e o Oriente Médio. A continuidade do apoio dos EUA a essas iniciativas é vital, considerando que o país é um dos principais financiadores de ajuda internacional e desenvolvimento.
Quais as Perspectivas para a Cooperação Internacional na Era Trump?
Apesar das preocupações, há um consenso entre republicanos e democratas sobre a importância de combater a fome global, o que pode manter a cooperação internacional. A diplomacia brasileira e de outros países buscará reforçar esse consenso em suas tratativas internacionais.
A estratégia pode se concentrar em alertar que a redução da fome e da pobreza nos países mais afetados pode diminuir o fluxo migratório para os EUA, um ponto caro à administração Trump. Portanto, investir na segurança alimentar não só beneficia os países em desenvolvimento como também alinha-se a interesses estratégicos dos Estados Unidos.