Surpreendida com a repercussão negativa no Executivo e na sociedade civil, a cúpula da Marinha tenta agora virar a página em relação ao vídeo em que a Força fez crítica indireta ao pacote de corte de gastos do governo.
O vídeo foi publicado no domingo (1º/12) como parte das homenagens ao Dia do Marinheiro, comemorado em 13 de dezembro. A gravação opõe cenas de treinamento e ação militar a imagens de civis em momentos de lazer.
No fim, o vídeo é encerrado com uma militar questionando: “Privilégios? Vem pra Marinha”. A mensagem foi entendida como indireta ao pacote de corte de gastos do governo, lançado dias antes.
A gravação foi criticada por ministros do governo, por parlamentares e até por integrantes da sociedade civil. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, por exemplo, classificou a peça como “grave erro”.
Nos bastidores, militares da cúpula da Marinha se disseram surpresos com a repercussão negativa. Para eles, o vídeo teria sido “mal interpretado”. A intenção, alegam, não seria fazer crítica aos civis.
O objetivo da gravação, de acordo com fontes da cúpula da Marinha, seria passar a mensagem de que a Força não tem privilégios, como a equipe econômica aponta ao defender o corte de gastos, e não atacar os civis.
Marinha silencia sobre vídeoDiante da repercussão externa negativa, a ordem na Marinha é evitar falar sobre o tema até que a crise passe. O temor é que novas declarações provoquem embates e aumente a repercussão negativa.
Apesar de admitir que externamente o impacto foi negativo, a cúpula da Marinha avalia que, internamente, o efeito do vídeo para os militares da Força foi positivo.