O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), voltou a criticar o governo federal e o Judiciário brasileiro. Em entrevista à CNN nesta quinta-feira (13), Zema acusou o presidente Lula de praticar “irresponsabilidade fiscal” e expressou preocupações sobre uma suposta politização do sistema judiciário.
Zema disse que adota no governo de Minas uma postura de enxugar gastos, ao contrário do governo do petista. “Meu histórico no setor privado me moldou com uma visão de economizar em tudo. Aqui, enxugamos mais de 50 mil cargos e foi o mesmo com o secretariado. Eram 21 e enxuguei para 14″.
Ele continuou, sugerindo que o crescimento econômico atual é artificial: “O Brasil está vivendo um problema por causa da gastança e irresponsabilidade fiscal. Quem está pagando a conta é o mais pobre, o assalariado, que está sofrendo as consequências da inflação, da alta de juros.” Zema também criticou a postura do presidente Lula: “O presidente está dessintonizado, no modo avião, não está com o pé no chão e não vive a realidade do brasileiro”.
Trocas de FarpasPrimeiro, em Betim, durante evento na fábrica da Stellantis, Zema, ao discursar, voltou a dizer que pegou o estado quebrado, criticando a gestão do ex-governador petista Fernando Pimentel. Lula, por sua vez, disse que o governador mineiro não se lembrava de quando a economia brasileira apresentou crescimento acima de 3%.
Já no segundo evento do dia, em Ouro Branco, Lula afirmou durante seu discurso que poderia olhar na cara de Zema e dizer que a gestão do PT foi a que mais investiu em Minas Gerais e desafiou Zema a mostrar números de Bolsonaro no Estado.
Após o evento, Zema rebateu e disse que Lula faz um recorte do passado e esquece dos problemas econômicos causados pelo governo Dilma Rousseff.
Críticas ao JudiciárioAlém das críticas ao governo federal, Zema tem se mostrado preocupado com a atuação do Judiciário no país.
“O que me preocupa muito é a conotação política que o judiciário tomou aqui no Brasil. Em um país sério, o judiciário julga. Aqui o que estamos vendo é um grande viés político. Um judiciário que julga ao sabor do momento político. Isso é muito preocupante. Temos uma questão de condenações exageradas. Enquanto isso, o judiciário deixa de prender boa parte dos criminosos que estão causando 40 mil assassinatos no Brasil por ano”.
Ele também mencionou a necessidade de tratar criminosos de forma mais rigorosa: “Precisamos tratar criminoso como criminoso no Brasil. Temos políticos criminosos, empresários criminosos e pessoas criminosas no judiciário”
As declarações foram dadas em questionamentos sobre a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta acusações relacionadas a uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF) por esses eventos.