O recente veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à isenção de impostos para Fundos Imobiliários (FIIs) e Fundos do Agronegócio (Fiagro) gerou uma onda de apreensão entre investidores e analistas do mercado financeiro. A decisão, tomada em 16 de janeiro de 2025, impede que esses fundos sejam isentos da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), ambos implementados pela reforma tributária aprovada no final de 2023.
Motivos do VetoLula fundamentou seu veto em questões jurídicas, alegando que a Constituição não prevê a isenção para os FIIs. A Advocacia-Geral da União (AGU) avaliou que o artigo que concedia o benefício fiscal era inconstitucional, uma vez que não foi incluído na Emenda Constitucional 132, que rege a reforma tributária. Bernard Appy, secretário da reforma, destacou que a inclusão das isenções para esses fundos não estava prevista na proposta original aprovada pelo Congresso.
Impactos no MercadoA decisão do governo pode ter consequências significativas para o mercado de FIIs. Com a nova tributação, os dividendos distribuídos aos investidores podem ser reduzidos, uma vez que as receitas dos fundos estarão sujeitas a impostos. Embora os dividendos ainda sejam isentos de Imposto de Renda, a tributação sobre operações como compra, venda e aluguel pode diminuir os lucros líquidos dos FIIs.
Analistas já começaram a prever um possível impacto negativo nos preços das cotas dos fundos imobiliários. A expectativa é que essa mudança possa levar a uma diminuição na atratividade dos FIIs como opção de investimento, especialmente para aqueles que buscam uma renda passiva estável.
Possibilidade de ReversãoDiante da preocupação crescente entre os investidores, há discussões sobre a possibilidade de o Congresso derrubar o veto presidencial. Especialistas do BB Investimentos sugerem que o governo poderá considerar ajustes no texto para reafirmar a isenção para essas operações. A pressão política em torno desse tema é intensa, especialmente considerando a importância dos FIIs no financiamento de setores-chave da economia.
O veto à isenção dos fundos imobiliários representa uma mudança significativa na tributação desse setor, com potenciais impactos diretos na rentabilidade e na atratividade desses investimentos. Enquanto investidores aguardam desdobramentos e possíveis ações legislativas futuras, o cenário permanece incerto. A capacidade do governo e do Congresso em encontrar um equilíbrio entre a necessidade de arrecadação e a manutenção da atratividade dos FIIs será crucial para determinar o futuro desse importante segmento do mercado financeiro brasileiro.