As bordadeiras de Timbaúba, no Rio Grande do Norte, que fizeram os detalhes artesanais na jaqueta oficial da delegação brasileira das Olimpíadas de Paris foram também as responsáveis por confeccionar o vestido de noiva da primeira-dama, Janja da Silva, e o traje que ela usou na posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A informação foi relatada pela própria esposa do chefe do Executivo, em vídeo no qual ela afirma estar “muito emocionada” com a escolha para os Jogos Olímpicos.
– Eu vou estar lá com vocês [atletas] na abertura, eu estou muito emocionada porque… Não sei se você sabe, amor [Lula], mas o uniforme oficial que eles vão vestir no desfile foi bordado pelas bordadeiras lá de Timbaúba que bordaram meu vestido de noiva. Fiquei muito feliz quando descobri isso – disse a primeira-dama.
Que vergonha. pic.twitter.com/hFHWQcMP2R
— Helem (@helemazevedo) July 23, 2024
Timbaúba dos Batistas é uma cidade conhecida por sua produção de bordado, contando com cerca de 2.500 pessoas que trabalham na área. A Riachuelo relata que atua na cidade e nesse projeto desde 2021, negando que a escolha tenha a ver com a primeira-dama.
– O bordado de Timbaúba é referência em todo o Brasil – relatou a empresa em nota enviada ao portal F5, da Folha de S.Paulo.
Em 2022, as bordadeiras chegaram a relatar como foi produzir o vestido de noiva de Janja:
– A gente já começou a elaboração do vestido com uma referência da noiva pelo luar do Sertão. A gente elaborou as fases da lua, o céu estrelado, a fauna e a flora do Nordeste. A gente vive basicamente disso aqui, somos artesãs – relatou uma das responsáveis pela peça.
Os uniformes das Olimpíadas estão rendendo muito assunto nas redes sociais. Criados pela Riachuelo e pela COB (Comitê Olímpico do Brasil), os looks têm recebido uma onda de críticas tanto nas plataformas digitais quanto na própria imprensa.
A reprovação não tem sido direcionada aos bordados, mas sim à composição do visual. As peças incluem uma jaqueta jeans com araras, onças ou tucanos bordados, saia midi branca ou calça comprida, camisas verde ou amarela listrada em tons pastéis e chinelos Havaianas.
Ao comentar a enxurrada de críticas, a diretora de marketing da Riachuelo, Cathyelle Schoreder, expressou tristeza, disse que as peças foram feitas com “amor” e que o objetivo era ser “minimalista”, pois “menos é mais”. Ela também relatou que o bordado é um elemento que a deixa “feliz e orgulhosa”.
– Desde que elas [bordadeiras] começaram a divulgar esse projeto, elas estão com trabalhos para fora, estão sendo procuradas. Quando a gente olha o tamanho do impacto que isso, isso é imenso. É um negócio que a gente tem muito orgulho de contar. Tem uma verdade por trás do que foi feito, que é isso. Tudo foi feito pensando nesse contexto – afirmou.