Outros líderes e lobistas também serão alvos.
O objetivo é apurar indícios de manipulação no orçamento, especialmente na ausência de transparência e rastreabilidade nas decisões sobre os recursos destinados por meio de emendas.
Quatro parlamentares críticos ao esquema, incluindo Adriana Ventura (Novo-SP), José Rocha (União Brasil-BA) e Glauber Braga (Psol-RJ), serão convocados a depor.
O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) também será ouvido.
Adriana Ventura afirmou que as comissões das quais participa não deliberam sobre emendas. Segundo ela, as indicações “vêm de cima”, decididas pela presidência da Câmara e líderes partidários, sem debate colegiado.
Ela explicou que os nomes e destinações chegam prontos, com os presidentes das comissões apenas assinando as listas.
Isso, segundo a deputada, inviabiliza qualquer análise democrática sobre a aplicação das verbas.
Outros parlamentares apontaram irregularidades que “desbordam a Constituição”. Segundo o ministro Flávio Dino, as críticas envolvem lideranças de diferentes espectros ideológicos, demonstrando um problema estrutural.
A interferência de lobistas é outro ponto central da investigação. Cleitinho Azevedo sinalizou desvios relacionados às emendas, evidenciando o papel de intermediários na destinação de recursos públicos.
Nesta segunda-feira, Flávio Dino determinou a suspensão de R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão. Ele justificou a medida pelas denúncias recebidas pelo STF em pelo menos nove petições.
Dino criticou a falta de transparência e eficiência no uso das verbas e determinou que nenhuma nova emenda seja executada até a conclusão das correções exigidas pelo Supremo Tribunal Federal.
Arthur Lira e os parlamentares mencionados foram procurados para comentar o caso, mas não responderam até o momento da publicação.
O caso expõe a fragilidade na gestão de recursos públicos e levanta dúvidas sobre a eficácia dos mecanismos de fiscalização.
O governo precisa garantir que verbas destinadas ao orçamento sejam aplicadas com rastreabilidade e transparência.
A suspensão dos repasses é uma medida paliativa, mas a solução está na reformulação estrutural que priorize a ética e o interesse público acima de pactos políticos obscuros.