Em 2024, Brasil e China celebram meio século de relações diplomáticas, uma parceria que tem se expandido para além do comércio e investimentos, abrangendo também áreas como a indústria criativa e a mídia. Esses setores têm desempenhado um papel essencial no fortalecimento dos laços entre os dois países, promovendo o intercâmbio cultural e a compreensão mútua.
A indústria criativa tem se mostrado uma poderosa ferramenta de diplomacia cultural entre Brasil e China. Através de expressões artísticas como música, cinema, festivais e gastronomia, os dois países têm conseguido compartilhar seus valores e tradições, aproximando suas populações e fortalecendo a relação bilateral.
Um exemplo disso é a Temporada Cultural da China no Brasil, que celebra os 50 anos de relações diplomáticas. A Companhia de Ópera Wu de Zhejiang realizou apresentações em várias cidades brasileiras, todas com ingressos esgotados.
“É um ótimo exemplo desse relacionamento entre países”, afirmou Maurício Junior, presidente da Fundação Sociedade Comunicação Cultura e Trabalho, que detém a outorga da TVT, mantida pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. Ele também destacou a importância de transmitir mais festivais e espetáculos como esse, além de cobrir outros eventos culturais, como o Ano Novo Chinês e o crescente interesse pelo C-Pop no Brasil.
Parcerias midiáticas
A cooperação entre os meios de comunicação de Brasil e China é vista como um passo crucial para o fortalecimento das relações bilaterais. O presidente da TVT, em entrevista ao canal chinês CGTN, enfatizou a importância de promover coproduções em documentários e séries que possam atrair tanto o público chinês quanto o brasileiro. “Nós poderíamos fazer mais e mais documentários que atraiam a audiência chinesa e brasileira, para expandir o conhecimento e a apreciação de ambas as culturas”, afirmou.
Essas produções podem abordar temas variados, desde o turismo e os estilos de vida até a tecnologia e a gastronomia. Ao mostrar como é viver e trabalhar em cada país, essas iniciativas ajudam a desmistificar percepções errôneas. Ao mesmo tempo, promove imagens mais realista e positiva, tanto do Brasil, quanto da China.
Temas culturais e o estilo de vida
Questionado sobre temas são mais interessantes para as audiências de ambos os países, Junior destacou a relevância dos temas culturais e do estilo de vida. “É importante mostrar como é viver na China, como é trabalhar no país, para deixar claro para o mundo. Porque a China é um ótimo lugar para se viver e há desenvolvimento no país, as pessoas são felizes e lutadoras”, explicou.
Ele também ressaltou a necessidade de equilibrar a representação das culturas de ambos os países. “Quando nós mostramos como vivemos, nossa cultura, como nossa gastronomia, é necessário ter esse equilíbrio entre as duas culturas”, disse. Essa abordagem ajuda a construir uma ponte de entendimento e respeito mútuo, essencial para o fortalecimento das relações bilaterais, defendeu.
O papel das redes sociais na comunicação global
Na era digital, a comunicação entre Brasil e China também pode ser aprimorada através do uso estratégico das redes sociais. Essas plataformas têm transformado a forma como as pessoas consomem e interagem com o conteúdo, oferecendo novas oportunidades para o intercâmbio cultural e a cooperação midiática.
“Hoje, não só a geração mais nova consome conteúdo no celular, mas todas as pessoas consomem e levam o celular para onde vão. Então, a chave é criar conteúdo focado nessas plataformas e ter certeza que o conteúdo que fazemos é adequado para cada uma delas”, afirmou o presidente da TVT. Ele também enfatizou a importância de interagir com a audiência, ouvindo suas vozes e garantindo que elas sejam ouvidas. “Essa é a magia das redes sociais e novas plataformas. Nós estamos nos certificando que a tecnologia está sendo bem utilizada”, completou.
Aprendizado mútuo e fortalecimento dos laços
O intercâmbio cultural entre Brasil e China, facilitado pela indústria criativa, tem contribuído significativamente para o fortalecimento dos laços entre os dois países. À medida que ambas as nações aprendem umas com as outras e adaptam suas estratégias de comunicação para atender às necessidades de suas respectivas populações, essa relação tende a se aprofundar ainda mais.
“É muito importante ter esse intercâmbio de culturas, porque os chineses consomem mídia e as redes sociais de forma diferente dos brasileiros. Então, temos que entender e aprender uns com os outros”, concluiu o presidente da TVT. Nesse sentido, Brasil e China têm a oportunidade de renovar e expandir essa parceria estratégica, construindo um futuro de cooperação e crescimento mútuo.