Em meio ao tarifaço, líderes buscam reaproximação após conversa telefônica “amistosa” e “extraordinariamente boa”
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na segunda-feira (6) que teve uma “ótima conversa” por telefone com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que pretende visitar o Brasil “em algum momento”. A declaração foi feita em sua rede social Truth Social e reforçada em coletiva de imprensa, em que destacou que os dois tratarão de negócios muito em breve. Saiba os detalhes na TVT News.
Em entrevista à TV Mirante, do Maranhão, Lula comentou que a conversa foi “extraordinariamente boa”. “Às vezes, você pensa que as coisas vão acontecer de um jeito, que não vai ter uma boa conversa, e ela acaba sendo muito amigável, de dois presidentes de dois países importantes, das duas maiores democracias do Ocidente”, analisou o presidente.
“Era preciso que a gente conversasse, colocasse os nossos problemas em torno de uma mesa. Depois dessa conversa, em que as coisas ficaram mais claras, eu disse para ele o que pensava, ele me disse o que pensava, e ficamos de marcar um encontro presencial”, revelou Lula.
Em tom amistoso, Lula e Trump conversaram por 30 minutos por telefone na manhã de segunda. Segundo o vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, que acompanhou a chamada, a conversa foi “melhor do que esperávamos” e representou um marco de virada em uma das mais graves crises diplomáticas entre os dois países nas últimas décadas.
O conteúdo da conversa
De acordo com fontes do Planalto, Lula aproveitou a ligação para pedir formalmente a revisão do tarifaço imposto por Trump e a retirada das sanções aplicadas contra integrantes do governo e do Judiciário brasileiros. O presidente destacou que o Brasil é um dos três países do G20 com os quais os EUA mantêm superávit comercial, argumento que reforça a incoerência das tarifas sob o ponto de vista econômico.
Trump não mencionou publicamente os pedidos de Lula, mas descreveu o diálogo de forma positiva. “Fiz uma chamada telefônica muito boa com o presidente Lula. Falamos sobre muitas coisas, principalmente economia e comércio. Teremos mais discussões e nos reuniremos em um futuro não muito distante, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Gostei da ligação — nossos países se sairão muito bem juntos”, afirmou o republicano em sua postagem.
A conversa também marcou a abertura de um canal direto de comunicação entre os dois líderes, que trocaram números pessoais para tratar de questões bilaterais de maneira mais ágil. Para dar continuidade às tratativas sobre comércio, Trump designou o secretário de Estado, Marco Rubio, para conduzir as negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda Fernando Haddad.
Sinais de aproximação e possíveis encontros
Durante a ligação, Lula e Trump concordaram em se reunir pessoalmente “em um futuro não muito distante”, embora sem uma data definida. O presidente brasileiro sugeriu um encontro à margem da Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que será realizada no fim de outubro, na Malásia.
Lula também reiterou o convite para que Trump participe da COP30, a conferência climática da ONU marcada para novembro, em Belém, no Pará. O líder americano, no entanto, não confirmou sua presença, mas afirmou que pretende viajar ao Brasil “em algum momento”, que seria sua primeira visita oficial ao país como presidente.
Com Al Jazeera e g1
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