A cerimônia de posse de Donald Trump acontece dia 20 de janeiro no Capitólio, em Washington DC, mas mesmo antes o presidente eleito tem manifestado desejo (e ameaças) de anexar o território do Canadá, Groenlândia, Panamá e do Golfo do México.
Para realizar, o estadunidense está disposto a aumentar tarifas alfandegárias e até ameaça de usar forças armadas. Ele justifica que as medidas têm o intuito de proteger a segurança dos Estados Unidos. Entretanto, a maior parte das autoridades do mundo tem considerado as ideias irreais e sem fundamentos. Poucos levam o republicano a sério, entenda:
Por que Trump quer o Canadá?
Segundo o republicano, os EUA sofrem com os subsídios e déficits comerciais do país vizinho. Para Trump também há mais alguns problemas: os canadenses pouca fiscalização na fronteira o que permite alta imigração ilegal e possível escalada de ameaças de navios russos e chineses.
A situação ficou mais sensível nesta semana quando Trump defendeu que o Canadá deveria ser o 51º estado estadunidense. O presidente eleito também publicou no Instagram um mapa em que o Canadá está pintado com a bandeira dos Estados Unidos.
As falas de Trump acontecem ao mesmo tempo em que os canadenses sofrem com a instabilidade política após o atual primeiro-ministro Justin Trudeau renunciou ao cargo.
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Groenlândia, ártico e os interesses de Trump
Esse desejo não é recente. No primeiro mandato do republicado em 2017 a 2021, Trump falava em comprar a maior ilha do mundo, porém na época os comentários não foram adiantes. Desta vez, o governo dinarmeques que tem a autonomia da Groenlândia está disposto a conversar sobre o assunto para aumentar a parceria entre os dois país.
O governo estadunidense alega que a anexação da Groenlândia é uma necessidade de “segurança nacional”. A ilha fica localizada entre a América e a Europa e fica a rota de navegação Passagem do Noroeste percorre a costa do país entre a Islândia e o Reino Unido. A Rússia e países europeus poderiam utilizar o caminho em avanços militares.
Especialistas também alegam que Trump pode estar interessado nos recursos minerais que estão sob a grossa camada de gelo do ártico que tem diminuído cada vez mais com as mudanças climáticas.
As autoridades dinamarquesas seguem reforçando que a Groenlândia não está à venda, o intuito das conversas seriam para reforçar as parcerias e apaziguar a situação com o republicano. Mas sem o intuito de negociar a autoridade do território.
A Groenlândia tem autonomia própria apesar de ser ligada à Dinamarca. O primeiro-ministro do território, Mute Egede, também diz que o país não está à venda, mas em campanha para a independência. Mute deve se reunir com o rei dinamarquês nesta quinta-feira (9).
Golfo do México
Na terça-feira (7), o Trump disse em coletiva de imprensa: “Vamos mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América”, o estadunidense acrescentou ainda, “Golfo da América, que nome bonito. E é apropriado…”
Em resposta, a presidenta do México Claudia Sheinbaum, ”Por que não chamamos os Estados Unidos de América Mexicana?”, rebateu enquanto mostrava um mapa antigo do México que tinha terras que hoje fazem parte dos EUA. Para finalizar a alfinetada, ela disse “isso soa bem”. Ela também afirmou que o termo “Golfo do México” já é consolidado internacionalmente.
Panamá e ameaça militar
Trump tem interesse no Canal do Panamá, importante na rota marítima comercial que encurta o caminho entre os oceanos Atlântico e Pacífico. O republicano alega que os chineses estão controlando o local que é de autonomia panamense e afirma que usará força militar se for preciso para conquistar o poder do Canal.
O estadunidense também alega preços abusivos para o uso do canal. O governo do Panamá afirma que não há influência da China na região e que os preços são calculados de forma transparente.
O Canal do Panamá foi inaugurado em 1914 e foi considerado a principal obra de engenharia da época. Os Estados Unidos foram fundamentais na obra. Na época, a região pertencia à Colômbia e o país norte-americano não conseguiu chegar a um acordo satisfatório e, por isso, apoiou a independência da região. Assim, surgiu o Panamá.
Panamá independente realizou um acordo com os Estados Unidos para a construção e controle do Canal. O acordo estabeleceu um pagamento de US$10 milhões e uma taxa anual de US$250 mil.
Porém, na segunda metade do século 20, o Panamá começou a exigir autonomia do Canal que se consolidou em 1999.