O foco das tensões foi a gestão de R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão (RP8), destinadas a áreas como saúde e transporte.
Após um vaivém de decisões, apenas R$ 370 milhões foram liberados, com Flávio Dino, ministro do STF, impondo rígidas condições.
Impasses no STF e restrições às emendas
Flávio Dino suspendeu a maior parte das emendas, alegando falta de transparência e rastreabilidade na gestão dos recursos. Partidos e entidades apontaram irregularidades e práticas de “apadrinhamento” político, reforçando a necessidade de maior controle.
A decisão de Dino bloqueou 5.449 emendas, mas permitiu exceções para evitar insegurança jurídica, liberando apenas empenhos realizados antes de 23 de dezembro para a área da saúde.
Exigências para 2025
O ministro estabeleceu que todas as emendas deverão ser ratificadas pelas comissões de Saúde do Senado e da Câmara até março de 2025.
Caso os critérios de transparência não sejam cumpridos, os recursos serão automaticamente anulados. Além disso, Dino determinou que futuras emendas “Pix” só poderão ser liberadas mediante apresentação prévia de planos de trabalho e depósito em contas específicas.
Reação do Congresso e do Executivo
O Congresso tentou negociar a liberação integral dos recursos, alegando garantias de publicidade e rastreabilidade. No entanto, a decisão do STF prevaleceu.
O governo, inicialmente orientado pela AGU a suspender os pagamentos, recuou e conseguiu liberar R$ 370 milhões para a saúde, classificando a verba como imprescindível para o cumprimento do mínimo constitucional.
Conclusão
A gestão das emendas parlamentares expôs a fragilidade do governo Lula diante de um Judiciário intervencionista e um Congresso cada vez mais insatisfeito. O impasse destaca a falta de articulação política do Executivo e a crescente judicialização de decisões orçamentárias, comprometendo a autonomia dos Poderes.
A transparência é crucial, mas o custo desse embate recai sobre a população, que espera soluções para problemas concretos, como saúde e infraestrutura, enquanto assiste ao desgaste institucional se intensificar.