O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou que a nova concessão da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) trará melhorias significativas na cobertura de saneamento no litoral paulista, região que enfrentou um surto de norovírus durante o recesso de fim de ano.
“Existem áreas na Baixada Santista que não foram atendidas pelo contrato anterior. Isso foi um dos motivos que nos levaram a buscar a privatização”, afirmou Tarcísio nesta segunda-feira (13), durante um evento no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.
O governador destacou que há regiões informais consolidadas sem acesso a serviços de saneamento básico, além de ligações clandestinas de esgoto em galerias de águas pluviais e sistemas de drenagem de cidades litorâneas que despejam diretamente no oceano. “Tudo isso será abordado no novo contrato e possivelmente receberá investimentos. Serão cerca de R$ 3 bilhões aplicados na Baixada nos próximos quatro anos”, explicou.
Questionado sobre as ações do governo estadual, Tarcísio garantiu que manterá as medidas emergenciais e seguirá buscando identificar as fontes de contaminação.
“O governo do Estado continuará atuando como está, fortalecendo a rede de saúde para atender os casos e tomando medidas emergenciais. Já observamos uma estabilização e uma redução no número de casos”, afirmou.
De acordo com o jornal Estadão, muitos turistas têm adotado precauções, como usar álcool em gel e levar refeições preparadas em casa, para evitar o contágio. A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) reportou um índice de 19% de cancelamentos de reservas em hotéis do litoral devido à virose e aos arrastões, e já solicitou medidas ao governador por meio de um ofício.
No último dia 8, a Secretaria Estadual da Saúde confirmou a presença de norovírus em amostras de fezes de pacientes atendidos na Baixada Santista, região que apresentou aumento de casos da doença.
O norovírus, altamente contagioso, é transmitido por fragmentos microscópicos de fezes de pessoas infectadas, podendo contaminar outros indivíduos por meio do contato direto ou de superfícies e alimentos.
O patógeno é resistente no ambiente e pode permanecer ativo em superfícies por longos períodos, aumentando as chances de exposição. A principal via de contágio é fecal-oral, mas a reinfecção é comum devido à diversidade de cepas, como as dos genogrupos 1 e 2, identificados na Baixada Santista.