Servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de 18 unidades da federação (UFs) entraram em greve. Nesta segunda-feira (24), Acre, Goiás, Pará, Rio Grande do Sul e Tocantins já iniciaram a paralisação, enquanto outras unidades da federação vão aderir a partir do dia 1º de julho
Os servidores do Ibama pedem reestruturação de carreira e equiparação salarial aos concursados da Agência Nacional de Águas (ANA). Com isso, o valor inicial dos salários dos funcionários do órgão ambiental passariam de R$ 8.817,72 para R$ 15.058,12, um reajuste superior a 70%.
Segundo o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, foi oferecido um reajuste entre 19% e 30%, mas não recebeu retorno da categoria. Apesar da greve ter iniciado nesta segunda, desde o começo do ano, os funcionários do Ibama realizam apenas “operação-padrão”, o que tem travado atividades de fiscalização e emissão de licenças ambientais.
Operação-padrão é a realização de um serviço por funcionários de uma empresa ou organização seguindo os procedimentos operacionais padrão com rigor excessivo. A prática é usada como forma de protesto ou sinalização de greve, como ocorreu.
Com a prática, obras do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) que necessitam de licença ambiental e setores da economia foram afetados. Negociações como a importação de carros, motocicletas, tratores e outros veículos que necessitam do carimbo do Ibama para entrar no Brasil passaram a demorar mais tempo para serem aprovadas. Prazos que corriam de uma semana a 15 dias passaram a levar cerca de 50 dias para serem liberados a partir da operação-padrão.
Com a greve, a situação de agentes do Ibama que atuam no combate a incêndios não estará normalizada, o que ter impacto negativo no desmatamento em biomas brasileiros importantes, como Pantanal, Cerrado e Amazônia.