Israel anunciou nesta quinta-feira (6), que deixará o Conselho de Direitos Humanos (CDH) da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo carta do ministro das Relações Exteriores, Gideon Sa’ar ao presidente do CDH, Jürg Lauber, a organização comete “preconceito institucional contínuo e persistente contra Israel desde sua criação em 2006”.
O ministro alegou ainda que o CDH protege abusadores de direitos humanos e “demoniza a única democracia do Oriente Médio”.
Vale lembrar que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foi condenado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra cometidos em Gaza, além da Corte Internacional de Justiça considerar ilegal a ocupação israelense do território palestino.
A relatora especial da ONU, Francesca Albanese, afirmou em entrevista à Reuters que a saída de Israel do Conselho de Direitos Humanos “demonstra arrogância e falta de reconhecimento do que eles fizeram”. Albanese já declarou em relatório no começo de 2024, que Israel promove genocídio do povo palestino na Faixa de Gaza. Agora, a relatora teme que o genocídio em curso se intensifique na Cisjordânia.
Limpeza étnica em Gaza
A medida de Israel segue a decisão dos Estados Unidos que informou na terça-feira (4) que também deixará o órgão.
No mesmo dia, em coletiva de imprensa, o presidente dos EUA, Donald Trump, propôs o reassentamento da população palestina da Faixa de Gaza e sugeriu que os Estados Unidos estariam dispostos a assumir o controle da região. Para o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, a possibilidade do país norte-americano realocar os palestinos equivale a uma “limpeza étnica” que impossibilitaria a criação de um Estado palestino definitivo “para sempre”.
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