Servidores de carreira da Agência Brasileira de Inteligência apontam uma saia justa ocorrida esta semana como exemplo de “desleixo” da atual gestão com o baixo orçamento destinado pela União e pelo Legislativo à Abin. A desorganização interna, afirmam, levou a um constrangimento na Câmara dos Deputados.
Em visita à sessão da Comissão de Segurança Pública na última terça-feira (10/12), a Intelis, associação que abarca os profissionais da Abin, foi cobrada pela mesa do colegiado sobre uma tentativa de contato com o órgão há semanas, sem sucesso. O objetivo seria conseguir a indicação de um servidor da agência para falar em um seminário sobre “uso de drones por facções criminosas”, previsto para o dia seguinte (11/12).
A indicação, então, foi feita de última hora, no final da tarde de terça. Na lista de participantes emitida pela Câmara constava o nome do oficial de inteligência Gustavo Ferreira. Só que ele não participou.
De acordo com interlocutores da Abin, o palestrante teria sido comunicado pela chefia da agência de que não deveria comparecer, uma vez que não poderia ser acompanhado por um assessor de relações parlamentar do órgão. Para piorar a saia justa, o aviso de que não haveria um nome da agência foi dado minutos antes do início da sessão.
A situação aumentou as reclamações internas sobre a falta de diálogo institucional da atual gestão, comandada pelo policial federal Luiz Fernando Corrêa. Servidores de carreira afirmam que a pasta sofre com falta de articulação para melhorias legislativas e orçamentárias.
Esse grupo destaca, inclusive, que foi a Comissão de Segurança Pública que permitiu a participação da Intelis na elaboração do projeto que visa dar mais segurança jurídica das operações desegurança e inteligência para o enfrentamento às organizações criminosas internacionais. O texto foi aprovado na última quinta-feira (13/12).