O senador Sergio Moro (União Brasil), que havia revelado intenções de concorrer ao governo do Paraná ao SBT News, sofreu um golpe na estratégia política do ex-juiz da Lava Jato para a corrida eleitoral de 2026. Nas eleições municipais, em disputa pela capital Curitiba, ele havia indicado a esposa e deputada federal Rosângela Moro (União) como candidata a vice-prefeita de Ney Leprevost (União), mas a chapa não atingiu 7% dos votos na apuração final.
O atual vice-prefeito, Eduardo Pimentel (PSD), passou para o segundo turno com 33,51% dos votos, contando com apoio do prefeito Rafael Greca (PSD), que está no segundo mandato e não pode concorrer, do governador Ratinho Júnior (PSD) e do ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol (Novo).
A jornalista Cristina Graeml (PMB), com 31,17% dos votos, disputará segundo turno contra Pimentel. Ela é a surpresa nas corridas eleitoras em capitais após ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desistir de apoiar o candidato do PSD e pedir votos para a comunicadora.
Na visão da cientista política Mayra Goulart, Rosângela era um caminho que a direita buscava para uma linha política que exalta um feminismo mais conservador, sendo uma “alternativa que o campo estava buscando para lidar com o componente misógino do seu discurso”.
Em 2024, em todo o estado do Paraná, 8.645.632 milhões de eleitores estavam aptos a votar nas eleições municipais. Desses, 53% são do gênero feminino. A capital Curitiba concentra a maioria do eleitorado do estado, o equivalente a 16,46%, somando 1.423.722.
Dessa forma, Sergio Moro, caso formalize candidatura na próxima eleição, não contará com a principal representação feminina da sigla, que é a própria esposa.