Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a organização criminosa começou a planejar o sequestro em 2022. As principais motivações seriam as medidas adotadas por Moro quando ocupou o cargo de ministro da Justiça no governo Bolsonaro (PL), como a transferência de líderes do PCC para presídios federais e a restrição de visitas íntimas.A cronologia do plano incluiu diversas etapas de preparação, que envolveram aluguel de imóveis, levantamento de informações sobre a rotina do senador e seus familiares, além da compra de equipamentos e veículos para a execução do crime.Principais momentos do plano
Janeiro de 2022: Uma integrante do grupo, identificada como Aline, aluga um apartamento em São Paulo.Maio de 2022: O criminoso Janeferson Gomes Mariano, conhecido como “Nefo”, pede a Aline que colete informações sobre Moro.
Junho de 2022: Aline viaja a Curitiba para aprofundar o monitoramento do ex-juiz. Nesse período, os criminosos criam códigos para se referir ao plano: “MS” (México), “Moro” (Tóquio), “Sequestro” (Flamengo) e “Ação” (Fluminense).Julho de 2022: O grupo adquire um veículo Mercedes Benz ML 500, apelidado de “cofre”, para ser utilizado no crime.Agosto e setembro de 2022: O bando aluga imóveis em Curitiba para facilitar a execução do plano.Outubro de 2022: Aline salva imagens e informações detalhadas sobre Moro, incluindo seu local de votação, possíveis rotas de fuga e segurança no entorno. O grupo tenta alugar uma chácara na região de Curitiba, que serviria como cativeiro.
Novembro de 2022: Após a primeira tentativa fracassada, o grupo retoma o plano e reforça o monitoramento da família de Moro.Dezembro de 2022 e janeiro de 2023: Criminosos continuam a coletar informações sobre a rotina do senador e seus familiares, chegando a procurar outra chácara para o cativeiro.Fevereiro de 2023: O grupo intensifica a logística e o monitoramento para uma nova tentativa de sequestro.Março de 2023: A Polícia Federal deflagra a Operação Sequaz e prende os envolvidos, frustrando o plano.
A investigação mostrou que a facção criminosa operou de maneira estruturada e com divisão de funções para executar o crime. O MPF destacou que, mesmo após o fracasso das primeiras tentativas, os criminosos continuaram trabalhando para viabilizar o sequestro de Moro.Com a prisão dos envolvidos, o caso foi levado à Justiça, resultando na condenação de oito integrantes do PCC. A operação também revelou como o crime organizado vem se sofisticando para atacar autoridades e desafiar as instituições de segurança pública.