A safra de trigo 2022/23 da Argentina deve alcançar 16 milhões de toneladas, disse à Reuters um analista sênior da Bolsa de Comércio de Rosário nesta quinta-feira (13), com um corte de 500 mil toneladas em relação à previsão anterior, devido à seca e geadas que atingiram as lavouras.
A Argentina é um grande exportador de trigo e seu papel nos mercados globais ganhou maior destaque em meio a uma crise de oferta no mundo, ligada à invasão da Ucrânia pela Rússia. Os dois países do leste europeu também são grandes produtores de trigo.
Se confirmado, este nível de produção do cereal será o mais baixo da Argentina em sete anos, como resultado de meses de chuvas escassas, além de uma recente geada no final da temporada que também prejudicou as previsões de colheita, disse o analista da bolsa de Rosário, Cristian Russo.
A safra de trigo da Argentina foi recorde de 23 milhões de toneladas no ano passado. O país também é o maior exportador mundial de óleo e farelo de soja processados e o terceiro maior exportador de milho. Seus embarques de grãos são a principal fonte de receita em dólar para o governo.
Reportagem da Reuters informou na quarta-feira que autoridades do governo se reunirão com moinhos e exportadores de trigo ainda nesta quinta-feira para discutir preocupações sobre a safra e a potencial escassez para o mercado doméstico.
Os produtores do país já declararam formalmente vendas de trigo ao exterior de 8,85 milhões de toneladas em 2022/23, mostram dados oficiais. Existe um limite de exportação de 10 milhões de toneladas para a produção de trigo da temporada.
O consumo doméstico do cereal na safra 2021/22 foi de 7,6 milhões de toneladas, mostram dados do governo.
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