O coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Jorge Eduardo Naime Barreto, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por omissão em relação aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, precisou ser internado para passar por uma cirurgia. De acordo com a família, Naime fará a retirada de cálculos renais.
Naime foi encaminhado para o centro cirúrgico por volta das 16h40 deste sábado (16/11). A esposa relatou nas redes sociais que o coronel sentia dores há pelo menos um dia. “O Naime está passando por um momento difícil. Desde ontem, ele enfrenta dores insuportáveis nas costas e no abdômen, tentando resistir por conta da restrição de sair nos fins de semana. Mas hoje, a situação se agravou de forma alarmante”, escreveu Mariana Naime.
“Após entrar em contato com o CIME, conseguimos autorização para buscar ajuda médica urgentemente. Os exames revelaram que ele precisará passar por uma cirurgia imediata para remoção de cálculos renais”, completou.
Cerca de uma hora depois, Mariana informou que a cirurgia foi bem-sucedida e o coronel está em recuperação.
Naime ficou preso em regime fechado durante 461 dias. Em maio deste ano, o STF avaliou que não havia mais necessidade da medida cautelar extrema, já que Naime foi recentemente transferido para a reserva remunerada – equivalente à aposentadoria dos militares. Ele foi para casa, onde passou a cumprir outras restrições.
Prisão, investigação e ação penal contra coronelJorge Eduardo Naime era chefe do Departamento de Operações (DOP) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), mas não estava no cargo em 8 de janeiro de 2023, quando extremistas invadiram os prédios da Praça dos Três Poderes com a intenção de promover um golpe de Estado.
Naime, de licença-recompensa na época, é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de omissão ante os atos antidemocráticos. Ele foi o primeiro militar da alta cúpula da PMDF preso em investigações do 8/1.
Ele e outros seis integrantes da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), réus no Supremo Tribunal Federal (STF), pela suspeita de omissão e de cometerem ao menos outros cinco crimes têm seguido a vida fora da prisão com bons salários, ajuda de “patriotas”, reformas em casa e aposentadorias acima de meio milhão de reais.
Eles foram presos preventivamente, em agosto de 2023, em ação da Polícia Federal, mas tiveram a liberdade provisória autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.