A Polícia Federal (PF) indiciou os senadores Eduardo Braga (MDB-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL) e o ex-senador Romero Jucá (MDB-RR) por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Eles são suspeitos de terem recebido propinas milionárias do Grupo Hypermarcas em troca da defesa de interesses da farmacêutica no Congresso Nacional. O portal UOL revelou a conclusão do relatório do caso, que tramita em sigilo, nesta sexta-feira (20).
De acordo com a reportagem, os três parlamentares teriam recebido valores que, somados, chegariam a 20 milhões de reais. Em troca, teriam atuado para favorecer a empresa em um projeto de lei sobre incentivos fiscais a empresas entre 2014 e 2015.
As acusações constam em delações premiadas de executivos que atuaram na antiga companhia Hypermarcas (atual Hypera Pharma). O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou as delações em setembro de 2020. E agora encaminhou o relatório final à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Assim, caberá à PGR decidir se denuncia ou não o trio. Como senadores, Renan e Braga têm prerrogativa de foro. Portanto, caberá ao STF decidir se acata eventual denúncia. Sem mandato, Jucá responderia à denúncia na primeira instância da Justiça Federal no Distrito Federal.
Defesa
Ao UOL, a defesa de Romero Jucá afirmou que ele “repudia e repele” o indiciamento, destacando que o indiciamento se baseia apenas em delações. “O ex-senador Jucá colaborou de forma efetiva com a investigação, prestando os esclarecimentos devidos e colocando-se sempre à disposição da autoridade policial”, diz trecho da nota da defesa.
Do mesmo modo, a defesa de Eduardo Braga chamou o indiciamento de “ilações esdrúxulas” e confia no arquivamento do inquérito. A assessoria de Renan Calheiros informou que o senador não vai se manifestar.