A Polícia Federal indiciou nesta quinta-feira (21), o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 36 pessoas, entre elas, integrantes da alta cúpula do governo por abolição violenta do Estado democrático de Direito. Segundo o relatório, Bolsonaro sabia dos planos de assassinar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, Geraldo Alckmin e o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
O indiciamento também inclui os nomes de outros integrantes do governo Bolsonaro, entre eles: o general da reserva do Exército Braga Netto; o general da reserva Augusto Heleno; o policial federal Alexandre Ramagem; e Valdemar da Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL). Veja a lista completa no final do texto.
O relatório final da PF tem no total mais de 880 páginas e foi concluído no início da tarde desta quinta-feira (21). Todos estão sendo indiciados por abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
Saiba mais: Plano para matar Lula só não ocorreu por detalhe, diz Pimenta
Agora cabe à Procuradoria Geral da República (PGR) denunciar ou não os indiciados ao Supremo. Caso a Corte aceite a denúncia, Bolsonaro e os outros se tornarão réus e serão julgados pelos crimes referentes à tentativa de golpe de Estado.
Em nota oficial, a PF disse que “as provas foram obtidas por meio de diversas diligências policiais realizadas ao longo de quase dois anos, com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo poder Judiciário”.
Confira as penas previstas para cada um dos crimes:
Golpe de Estado: 4 a 12 anos de prisão;Abolição violenta do Estado democrático de Direito: 4 a 8 anos de prisão;Integrar organização criminosa: 3 a 8 anos de prisão.
Confira a lista completa dos indiciados por Golpe de Estado:
Ailton Gonçalves Moraes Barros
Alexandre Castilho Bitencourt da Silva
Alexandre Rodrigues Ramagem, deputado federal, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e delegado da Polícia Federal
Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha
Amauri Feres Saad, advogado citado na CPI dos Atos Golpistas como “mentor intelectual” da minuta do golpe encontrada com Anderson Torres
Anderson Gustavo Torres, ex-ministro da Justiça
Anderson Lima de Moura
Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército que chegou a ocupar cargo de direção no Ministério da Saúde na gestão Eduardo Pazuello
Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional e general da reserva do Exército
Bernardo Romão Correa Netto
Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
Carlos Giovani Delevati Pasini
Cleverson Ney Magalhães, coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres
Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército
Fabrício Moreira de Bastos
Filipe Garcia Martins
Fernando Cerimedo
Giancarlo Gomes Rodrigues
Guilherme Marques de Almeida
Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército identificado em trocas de mensagens com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Barbosa Cid
Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da República, ex-deputado, ex-vereador do Rio de Janeiro e capitão da reserva do Exército
José Eduardo de Oliveira e Silva
Laercio Vergililo
Marcelo Bormevet
Marcelo Costa Câmara
Mario Fernandes, ex-número 2 da Secretaria-Geral da Presidência, general da reserva e homem de confiança de Bolsonaro
Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, tenente-coronel do Exército (afastado das funções na instituição)
Nilton Diniz Rodrigues
Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-comandante do Exército
Rafael Martins de Oliveira
Ronald Ferreira de Araujo Junior
Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros
Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor de Bolsonaro e considerado um dos pilares do chamado “gabinete do ódio”
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido pelo qual Jair Bolsonaro e Braga Netto disputaram as eleições de 2022
Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022, general da reserva do Exército
Wladimir Matos Soares