A mesa diretora da Assembleia Nacional (Câmara Baixa) da França aceitou, nesta terça-feira (17), discutir uma proposta de destituição do presidente Emmanuel Macron. A medida, apresentada pelo partido de esquerda França Insubmissa, recebeu 12 votos a favor e 10 contra. A proposta foi motivada pela recusa de Macron em nomear Lucie Castets para o cargo de primeira-ministra, após as eleições legislativas de julho.
Com a aprovação, a proposta será examinada pela Comissão Jurídica da Assembleia Nacional antes de seguir para o plenário. A iniciativa argumenta que a recusa de Macron em designar a representante da coalizão de esquerda, que obteve a maior votação nas eleições, constitui uma “violação grave do dever de respeitar a vontade expressa pelo sufrágio universal.”
O processo parlamentar da França Insubmissa (LFI) conta com o apoio dos outros membros da NFP na mesa da Assembleia Nacional. “É um evento inédito na história da Quinta República,” celebrou a líder parlamentar da LFI, Mathilde Panot.
As eleições, convocadas de forma inesperada pelo presidente três anos antes do previsto, resultaram em uma Assembleia dividida em três blocos principais: a esquerda, a aliança de centro-direita de Macron e a extrema-direita, todos distantes da maioria absoluta de 289 deputados. Apesar da vitória da NFP nas eleições, com 193 deputados, Macron nomeou o político veterano Michel Barnier, do partido de direita Os Republicanos (47 deputados), como primeiro-ministro.
Agora, a Comissão de Leis, onde a esquerda não possui maioria, deverá debater a proposta antes de sua votação no plenário da Assembleia Nacional.