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O aumento de 1,4% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre de 2024 é um indicativo claro do vigor do mercado de trabalho, conforme declarado pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). Este crescimento não apenas mostra a recuperação econômica, mas também ressalta como a melhoria no emprego e nos salários tem alimentado a economia nacional.
Os rendimentos médios do trabalho cresceram 5,8% em termos reais em junho de 2024, se comparados ao mesmo período do ano anterior. Essa elevação salarial está diretamente ligada ao crescimento do PIB, segundo a Fiesp. Além disso, a renda das famílias brasileiras tem sido incrementada por meio de transferências governamentais, tais como benefícios de assistência e previdência social, o aumento real do salário-mínimo e o pagamento de precatórios.
Qual é o impacto do mercado de trabalho no PIB?
O dinamismo do mercado de trabalho contribuiu significativamente para o crescimento econômico. No segundo trimestre, a renda foi impulsionada pela antecipação do pagamento do 13º salário para aposentados, pensionistas e beneficiários de auxílios do INSS. Isso resultou em um crescimento de cerca de 11% na massa salarial ampliada em termos reais, quando comparado ao mesmo período de 2023.
Desempenho da indústria de transformação impulsiona PIB
Outro fator crucial para o crescimento do PIB foi o desempenho robusto da indústria de transformação. Este setor tem se beneficiado do bom desempenho nas categorias de bens de capital e bens de consumo. A melhoria das condições de crédito e a recuperação da confiança dos empresários alavancaram a produção, especialmente no segmento de veículos pesados, como ônibus e caminhões, no primeiro semestre do ano.
Por que o setor de bens de consumo está em alta?
A indústria de bens de consumo também apresentou resultados positivos, graças ao aumento da renda das famílias. Destaque para a produção de máquinas, aparelhos e materiais elétricos da chamada “linha branca”. Este crescimento é um reflexo direto da expansão da renda, que tem impulsionado a demanda por esses produtos.
Desafios enfrentados pela indústria de transformação
Apesar dos bons resultados, a Fiesp aponta que a indústria de transformação ainda enfrenta desafios significativos. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) atingiu um patamar recorde, mas isso ocorre em um contexto de capacidade instalada deteriorada e reduzida. Desde 2015, o estoque de capital da indústria não tem mostrado crescimento expressivo, refletindo o ambiente econômico adverso que limita a capacidade de investimento do setor.
Perspectivas Econômicas para o Resto do Ano
Mesmo com os desafios, as expectativas para a economia brasileira em 2024 são positivas. A Fiesp estima uma acomodação da atividade na segunda metade do ano devido ao menor impulso fiscal e à manutenção de uma política monetária restritiva. Com base nas surpresas positivas da atividade econômica no primeiro semestre, a projeção de crescimento do PIB brasileiro para 2024 foi revisada de 2,2% para 2,7%. Para o PIB do estado de São Paulo, a projeção de crescimento para 2024 foi ajustada de 2,4% para 2,5%.
O cenário econômico atual demonstra uma resiliência notável do mercado de trabalho, e o desempenho da indústria sinaliza uma recuperação contínua mesmo diante de desafios estruturais. Continuar investindo em políticas que fortaleçam esses setores será crucial para sustentar o crescimento do PIB nos próximos anos.