A nomeação do deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) para o ministério deixado por Juscelino Filho, que renunciou após ser denunciado por corrupção, ocorre sob o peso de um novo escândalo envolvendo a destinação de cerca de R$ 30 milhões em recursos públicos para a Prefeitura de Arame (MA) — comandada atualmente pelo pai do parlamentar.
A indicação de Pedro Lucas ao governo Lula tem apoio do presidente do União Brasil, Antônio Rueda, e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), além de ser articulada pelo ministro do STF Flávio Dino, que tem longa relação política com o deputado no Maranhão.
R$ 30 milhões em emendas direcionadas ao município do paiDe acordo com os registros orçamentários, Pedro Lucas utilizou diversos tipos de emendas parlamentares para beneficiar Arame, onde seu pai exerce o cargo de prefeito:
R$ 5,7 milhões em emendas de relator (do chamado “orçamento secreto”, declarado inconstitucional pelo STF em 2022);
R$ 20 milhões em emendas de comissão entre 2023 e 2024;
R$ 4,5 milhões em emendas individuais impositivas.
No total, R$ 30,2 milhões foram destinados ao município maranhense, sem qualquer tipo de impedimento legal, mas com fortes indícios de conflito de interesses e questionamentos sobre a moralidade na condução de recursos públicos.
Defesa e justificativas do deputadoPedro Lucas alegou que todos os recursos foram alocados de forma legal e transparente, utilizando instrumentos previstos no ordenamento orçamentário brasileiro.