O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) cobrou publicamente, nesta sexta-feira, 20, uma visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos assentamentos. O movimento, que frequentemente critica a gestão petista, demonstrou insatisfação com a falta de avanços na reforma agrária e anunciou a intenção de intensificar invasões em todo o país a partir de 2025.
Em seu balanço anual, a direção do MST reafirmou apoio ao governo, mas foi enfática ao exigir a entrega de novos assentamentos e mudanças significativas na agenda política e de comunicação do Planalto.
Críticas à Gestão: “Vergonha” e Promessas Não CumpridasJoão Paulo Rodrigues, um dos principais dirigentes do MST, criticou duramente a ausência de visitas de Lula aos assentamentos. “Não entenda como uma crítica. Contudo, não é razoável que em dois anos o presidente Lula não visite nenhum assentamento”, afirmou.
As declarações ocorrem em meio a protestos recentes realizados pelo movimento, como invasões de terras no Rio Grande do Sul e no Pará. João Pedro Stedile, líder nacional do MST, classificou a política agrária do governo como “vergonhosa” e enfatizou que a organização se cansou de promessas vazias.
Convite ao Presidente e Demandas do MovimentoSegundo Rodrigues, tanto Lula quanto o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, receberam um convite formal para visitar um assentamento no próximo ano. O MST espera que a visita sirva como um marco para o anúncio de novos projetos de assentamento até 2026.
A dirigente Ceres Hadich ressaltou a preocupação com os números atuais, que considera insatisfatórios. “A gente tem hoje uma perspectiva de assentamento entre 9 e 10 mil famílias para o final deste ano e início de 2025. Efetivamente, desde o ano passado, nenhuma família foi para a terra, como diz o presidente Lula”, declarou ao jornal Estado de Minas.