O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse neste sábado, 23, apoiar a iniciativa de setores do agro de interromper a entrega de carne ao Carrefour Brasil. A proposta, como mostramos, é uma resposta ao anúncio da varejista francesa de que não vai oferecer carne produzida em países do Mercosul nos seus pontos de venda da França.
“Só dois países no mundo não tem gripe aviária no seu plantel comercial, e o Brasil é um deles. A França, por exemplo, tem gripe aviária no seu plantel comercial. As indústrias daqui tomaram a atitude bonita de não fornecer, porque se eu não posso fornecer para lá, não forneço para cá também. Eles têm o apoio do governo, do Ministério da Agricultura. Essa é a situação, mas não foi um pedido do Ministério da Agricultura para que eles parassem de fornecer”, disse o ministro ao Estadão.
Na sexta-feira, 22, o presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA), Pedro Lupion (PP-PR), sugeriu que o setor pare de fornecer carne ao Carrefour Brasil.
“Não aceitamos e não aceitaremos. Se a carne brasileira serve para ser consumida nas lojas do Carrefour e de todas suas outras empresas aqui no Brasil, ela serve também para a Europa”, afirmou Lupion em vídeo divulgado nas redes sociais.
“É mais uma tentativa de lacração dos franceses, que tentam conversar e atender os anseios de seus produtores rurais e nem isso conseguem”, acrescentou.
A decisão do Carrefour ocorre em meio a protestos de agricultores franceses contra um possível acordo comercial entre União Europeia e Mercosul.
Em carta enviada a Arnaud Rousseau, presidente da Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores da França (FNSEA), Alexandre Bompard, CEO do Carrefour, declarou que a empresa não comercializará mais carnes desses países.
Após o veto do Carrefour na França, o Grupo Les Mousquetaires, da rede de supermercados Intermarché, também anunciou que irá boicotar as carnes bovinas, suínas e aves produzidas em países da América do Sul.
