Um programa de transferência de renda emergencial e outro de proteção de mulheres e crianças foram aprovados no encontro
Nesta terça-feira (8), a ministra do Desenvolvimento Social da Palestina, Samah Hamad, se reuniu com o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, por videoconferência. As autoridades discutiram a implementação de programas sociais voltados à população palestian que compõem as iniciativas da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Saiba mais em TVT News.
Durante o encontro, o ministro reforçou o posicionamento do Brasil, em conjunto com os países do BRICS, pela defesa de um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, diante do agravamento da crise humanitária causada pela guerra na região. De acordo com a ministra, são 50 mil pessoas fora de casa. A maioria delas, desempregadas desde o início dos ataques.
“Gaza precisa ser reconstruída e a vida vai voltar a acontecer da forma que acontecia antes, ou até melhor, porque é importante para nós. Perdemos muita gente, mulheres e crianças, que fazem parte da comunidade que estamos tentando reconstruir”, lamentou a ministra Palestina, reforçando a importância do apoio de outros países. “Nós precisamos de todos os estados e da comunidade internacional para nos ajudar”, apontou Hamad.
Programas aprovados para a Palestina
A Palestina é um dos 13 países prioritários selecionados para o “fast track” da Aliança Global e teve dois programas aprovados: um de transferência de renda emergencial e outro voltado à proteção de mulheres e crianças.
O “fast track” é um sistema acelerado de implementação de planos de ação para países membros, visando atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) relacionados à fome e à pobreza. A iniciativa garante que esses países tenham prioridade no acesso a recursos financeiros e apoio técnico oferecidos pela Aliança Global.
Com orçamento estimado em US$ 42 milhões, as iniciativas devem beneficiar 155 mil mulheres e 10 mil crianças com ações como a entrega de alimentos, kits de saúde, reabilitação de centros de cuidado e apoio psicossocial. Os projetos se encontram em fase de arrecadação de recursos para viabilizar os programas, em que os doadores se manifestam para quais países serão destinadas as doações.
Como presidente do Conselho de Campeões da Aliança Global, o ministro Wellington Dias se comprometeu a acompanhar de perto as manifestações dos países e parceiros interessados em financiar os programas apresentados pela Palestina. O prazo para confirmação vai até 31 de julho deste ano.
Wellington Dias destacou ainda que o Brasil está trabalhando junto aos outros países para garantir a condição dos atendimentos emergenciais na região, para que se tenha a assistência necessária dentro do plano que foi apresentado pela Palestina à Aliança.
“Vamos trabalhar para que possamos agilizar as condições e a definição rápida desses potenciais doadores. Compreendemos a gravidade da situação e é isso que estamos buscando sensibilizar com os doadores”, afirmou Dias.
O MDS mantém um Memorando de Entendimento com a Autoridade Palestina nas áreas de segurança alimentar e proteção social. No contexto da Aliança, esse instrumento reforça o interesse do Brasil em cooperar com os palestinos, colaborar com a solidariedade internacional e apoiar as populações em situação de vulnerabilidade.
Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza
A iniciativa proposta pelo Brasil durante o G20 em 2024 tem como objetivo atingir 500 milhões de pessoas com programas de transferência de renda em países de baixa e média-baixa renda até 2030. Além disso, pretende expandir refeições escolares de qualidade para mais 150 milhões de crianças em países com pobreza infantil e fome endêmicas e arrecadar bilhões em crédito e doações para implementar esses e outros programas.
A Aliança tem governança própria vinculada ao G20, mas que não é restrita às nações que integram o grupo. A iniciativa tem 148 membros fundadores, incluindo 82 países, a União Africana, a União Europeia, 24 organizações internacionais, nove instituições financeiras internacionais e 31 organizações filantrópicas e não-governamentais. A Argentina não aderiu.
Com informações de Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome
