Em um momento de intensa polarização política e sob pressão de acusações jurídicas, o ex-presidente Jair Bolsonaro reafirmou seu compromisso com o respeito às instituições e às regras democráticas do país. Durante um encontro com senadores, relatado por Wellington Fagundes (PL-MT), Bolsonaro declarou com firmeza: “Vamos jogar dentro das quatro linhas, e vou enfrentar até a última hora”.
A fala, vista como um recado direto à sociedade e ao Supremo Tribunal Federal (STF), vem na esteira da decisão da Corte que tornou Bolsonaro réu por suposta tentativa de golpe de Estado. Mesmo com amplo apoio político — inclusive ocupando interinamente a presidência das duas casas do Congresso Nacional — o ex-chefe do Executivo se posicionou contra qualquer ruptura institucional.
leia também
Segundo Fagundes, Bolsonaro estava “tranquilo e consciente” diante da situação jurídica que enfrenta, destacando que o ex-presidente encara o processo com serenidade e disposição para lutar por seus direitos dentro dos limites constitucionais. O senador também reiterou que Bolsonaro é o pré-candidato à presidência pelo Partido Liberal (PL) em 2026, sendo considerado a principal liderança política do Brasil na atualidade.
“Com a sua liderança, hoje somos o maior partido na Câmara dos Deputados e temos no Senado uma bancada extremamente forte. O PL tem hoje o presidente da Câmara e o presidente do Senado em exercício. Se Bolsonaro fosse um ditador, ele poderia impor medidas. Mas não! Ele reafirma seu compromisso com a legalidade e com a democracia”, afirmou Fagundes.
Defesa aponta irregularidades no processo
Durante o encontro, o senador leu uma nota da liderança da Oposição, assinada por Rogério Marinho (PL-RN), que expressa repúdio à forma como o processo contra Bolsonaro vem sendo conduzido. O documento destaca que o devido processo legal não está sendo respeitado, com a defesa sendo impedida de acessar provas fundamentais para o contraditório.
“Os elementos tornados públicos e que embasam a denúncia não apontam para o envolvimento direto do presidente Bolsonaro nos supostos ilícitos. Apesar de ter sua vida devassada desde 2021, a própria PGR não apresentou uma única mensagem que o vincule a atos ilegais”, afirma a nota.
Os parlamentares ainda ressaltam que a acusação contra Bolsonaro entra em contradição com seus atos públicos após a eleição de 2022. Segundo o texto, o então presidente reconheceu a derrota eleitoral, nomeou os comandantes das Forças Armadas indicados por Lula e determinou a desobstrução de rodovias bloqueadas por manifestantes.
A defesa aponta que as alegações contra o ex-presidente são baseadas em “conversas de terceiros”, sem qualquer comprovação de que ele tenha participado ou ordenado ações contra a democracia.
Repercussão nas redes sociais e alto engajamento
A declaração de Bolsonaro gerou forte repercussão nas redes sociais. Termos como “quatro linhas”, “compromisso com a democracia” e “Bolsonaro 2026” rapidamente se tornaram tópicos de destaque no Twitter (X) e no Gettr. Usuários do Facebook, Telegram e Messenger também impulsionaram a notícia com milhares de compartilhamentos.
Influenciadores digitais e apoiadores políticos celebraram a postura do ex-presidente, classificando-a como “madura”, “patriótica” e um exemplo de como enfrentar injustiças sem recorrer a radicalismos.
Por outro lado, críticos afirmam que a fala de Bolsonaro busca apenas amenizar os impactos políticos do processo judicial e que o ex-presidente ainda terá de esclarecer sua conduta diante dos tribunais superiores.
Projeções para 2026 e fortalecimento da direita
Mesmo diante da pressão institucional, o nome de Bolsonaro continua sendo um dos mais fortes para as eleições de 2026. Analistas políticos afirmam que a estratégia do ex-presidente de se manter dentro dos marcos legais, mesmo sob ataque, pode fortalecer ainda mais sua base de apoio.
Com a direita consolidando espaço no Congresso Nacional, e o PL ampliando sua força política, há uma expectativa crescente de que Bolsonaro retorne com força total à disputa presidencial, especialmente se conseguir demonstrar perseguição política e inocência jurídica até lá.
A fala “Vamos jogar dentro das quatro linhas” ecoa como um mantra entre seus seguidores e pode se tornar o slogan da campanha que já está, na prática, em curso.
Para mais informações, confira as atualizações em Agora Notícias Brasil e na seção de Política.