MTST e Povo Sem Medo protestaram no “prédio mais caro do país” exigindo justiça tributária
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e da Frente Povo Sem Medo ocuparam nesta quinta-feira (3) a sede do banco Itaú BBA, na Avenida Faria Lima, em São Paulo. Os manifestantes protestam pela taxação dos super-ricos, como forma de reduzir as desigualdades sociais no país.
“Chega de mamata” e “Taxação dos super-ricos já!”, mostravam cartazes. Segundo o MTST, compareceram ao ato centenas de manifestantes, que atuaram pacíficamente.
Tanto o prédio do Itaú, tido como um dos mais caros do país, como a Faria Lima como um todo são símbolo do sistema financeiro, que enriquece por conta dos juros extorsivos. Ao mesmo tempo, fazem um poderoso lobby junto ao Congresso Nacional para manter seus privilégios.
“No Brasil, taxar os super ricos é crucial para reduzir a desigualdade. São lucros e dividendos que seguem intocados, enquanto a maioria trabalhada muito e paga caro por tudo”, afirmam o MTST e o Povo Sem Medo, em manifesto publicado nas redes sociais.
“Os de cima acumulam cada vez mais fortuna, isenção e influência — vivem em um país feito sob medida pra manter seus privilégios. O sistema é cruel com quem tem pouco e generoso com quem tem demais”, acrescentam.
Os movimentos afirmam ainda que a manifestação de hoje na sede do Itaú “é só o começo”.
O protesto serve como uma espécie de “ensaio” para os atos de rua marcados para a próxima quinta-feira (10). Na ocasião, os manifestantes sairão às ruas não apenas em defesa da taxação dos super-ricos, como também pelo fim da escala 6×1.
As mobilizações buscam pressionar o Congresso, que mantém postura antipopular, mas preocupado em legislar em favor das elites do país.
O movimento ganhou impulso após o Congresso, com apoio até de partidos do campo centro-esquerdista como PDT e PSB, derrubar o decreto presidencial que aumentava o IOF para os mais ricos, medida que integrava os esforços do governo por maior justiça fiscal.
Ao mesmo tempo, pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (2) mostra que 88% dos deputados federais de direita são contra o fim da escala 6×1 e que a opinião se repete em 70% dos parlamentares do centrão. Já na esquerda, a pauta fica empatada em 49%.