Presidente também quer formar 70 mil jovens por ano para auxiliar nos incêndios florestaisNesta quarta-feira pela manhã, 11, Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente (PT), declarou que o governo pode mobilizar recrutas das Forças Armadas para ajudar a combater os incêndios florestais que estão devastando o país. Ele fez esta afirmação durante uma entrevista à rádio Norte FM.
“Conversei com o meu comandante do Exército [general Tomás Paiva]”, declarou Lula. “Quem sabe a gente devesse aproveitar esses jovens que vão servir para que a gente formasse na defesa civil, para que eles tivessem preparados para desastres climáticos.”
O presidente ressaltou a oportunidade de treinar recrutas para trabalharem em prol da proteção ambiental. “São 70 mil jovens por ano que a gente pode preparar e tornar profissionais de combate à questão climática”, disse Lula. “De defesa do planeta, da floresta, da água, da vida humana. A gente pode fazer isso, porque vamos precisar.”
Pressão aumenta sobre o governo LulaO governo Lula vem sofrendo pressão crescente devido à ausência de uma ação efetiva no enfrentamento às queimadas. Na terça-feira 10, Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, aconselhou o governo a aumentar o número de bombeiros para combater os incêndios.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), na última segunda-feira, 9, o Brasil registrou 5,1 mil focos de incêndio. Este número constitui 76% do total de queimadas em toda a América do Sul.
O Cerrado viu um aumento significativo nos casos registrados, ultrapassando as ocorrências na região da Amazônia. Na última segunda-feira e nesta terça-feira, 10, esse bioma alcançou o número de 2,4 mil focos.
Ane Alencar, diretora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), expressou ao portal R7 sua preocupação com o aumento das queimadas no Brasil, devido à antecipação do período crítico.
“A gente está numa situação muito difícil, até porque não sabe como serão os próximos meses”, afirmou Ane. “Não queremos que seja como foi no fim do ano passado, quando em outubro a situação piorou na Amazônia, principalmente em novembro e dezembro, e a chuva só começou em janeiro. Fico preocupada como será depois de setembro.” As informações são da Revista Oeste.