Líderes da Câmara dos Deputados alertaram o presidente e seus ministros sobre a necessidade de reorganizar o apoio parlamentar em 2025, antes de pensar nas eleições de 2026. Para muitos, a sobrevivência política de Lula depende de como o governo lidará com os desafios deste ano.
Base insatisfeita e traições políticasDeputados de partidos do Centrão, que ocupam ministérios na Esplanada, sentem-se traídos pelo governo. O motivo principal é a aprovação do pacote de ajuste fiscal, seguido pelo bloqueio das emendas parlamentares pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A situação gerou um clima de desconfiança, especialmente em legendas como União Brasil e PSD, que somam 103 deputados na Câmara.
O União Brasil, que atualmente detém o Ministério do Turismo sob Celso Sabino, ameaça se aproximar da oposição. Um possível indicativo disso é o favoritismo de Mendonça Filho (União-PE) para a liderança do partido, um deputado que mantém postura contrária ao governo.
Já o PSD, embora tenha demonstrado apoio ao governo ao voltar atrás em seu posicionamento contra o regime de urgência no pacote fiscal, também espera maior valorização. O partido não esconde sua insatisfação com o comando apenas do Ministério da Pesca.
Lula sob pressão do CentrãoA escolha do próximo presidente da Câmara é outro ponto de atrito entre o governo e sua base. Partidos como União Brasil e PSD se sentem preteridos nas articulações políticas.
A falta de diálogo e a percepção de que o governo negligencia seus aliados ampliam a pressão sobre Lula. A expectativa por uma reforma ministerial que acomode os interesses do Centrão cresce, enquanto o governo precisa evitar um desmanche de sua base parlamentar.
ConclusãoA incapacidade de Lula em articular sua base no Congresso expõe as fragilidades de sua gestão. Com líderes insatisfeitos e partidos estratégicos flertando com a oposição, o governo enfrenta um cenário de instabilidade política.
Antes de planejar as eleições de 2026, Lula terá que lidar com a realidade de um 2025 marcado por desafios internos e externos que podem comprometer a governabilidade e a execução de suas prioridades.