Essas indicações, publicadas em uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU), precisarão ser sabatidas pelo Senado antes de serem aprovadas em plenário.
O movimento de Lula chega em um momento crucial, visando garantir apoio político para sua base governista e, ao mesmo tempo, buscar a aprovação das medidas de corte de gastos que precisam ser votadas até sexta-feira (20).
Novos nomes para áreas-chave do governo Entre as indicações, destaca-se o nome de Guilherme Sampaio, advogado indicado pelo PSD de Rodrigo Pacheco, para assumir a presidência da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), responsável por rodovias e ferrovias, com projetos de concessões bilionárias.
Outro nome importante é o de Tiago Faierstein, indicado pelo Republicanos para presidir a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), tendo como seu último cargo a diretoria comercial da Infraero.
Já o governo indicou o advogado Wadih Damous (PT-RJ) para a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), além de outras indicações para as agências do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e Vigilância Sanitária (Anvisa).
Objetivos estratégicos do governo Essas movimentações não são meramente administrativas. Elas visam assegurar alianças políticas cruciais para garantir que as reformas econômicas e cortes de gastos do governo avancem no Congresso.
As nomeações ocorrem em um momento de pressão para que medidas fiscais importantes sejam aprovadas rapidamente. Ao nomear aliados de partidos importantes, como o PSD e o Republicanos, o governo tenta consolidar uma base forte para a aprovação de suas propostas.
Concessões políticas ou medidas realmente necessárias? Embora o governo de Lula busque ampliar sua base de apoio no Congresso, essa estratégia de “pacotão” de indicações para as agências reguladoras levanta questões sobre o compromisso do governo com a eficiência e a transparência.
A prática de preencher agências com nomes políticos ao invés de especialistas qualificados enfraquece a independência dessas instituições.
O Brasil não pode se dar ao luxo de ver suas agências reguladoras sendo transformadas em bancadas políticas, onde o interesse público fica em segundo plano.