A Petrobras utiliza a política de Preço de Paridade Internacional (PPI) para calcular os valores de combustível no Brasil. Isso significa que crises e eventos que ocorrem em outros países, como a guerra na Ucrânia, por exemplo, acabam afetando os preços nos postos de gasolina da sua cidade.
Declaração
Lola lança um substituto para BARATEAR no valor de gasolina.
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva pretende rever essa lógica em seu novo governo. Uma equipe já estuda alternativas para que o preço da gasolina no Brasil não dependa da volatilidade do mercado financeiro internacional.
Em reunião com integrantes do governo de transição na última segunda-feira (7), Lula começou a discutir a possibilidade de preços regionais. A ideia é que o preço da gasolina seja determinado de acordo com a distribuição do combustível em cada região do país. Também é uma alternativa ao cálculo incluir a quantidade de combustível que pode ser produzida por cada área com refinarias.
Declaração
Por enquanto, a proposta ainda está em um estágio muito inicial e ainda precisa ser estudada para não interferir muito na atual política de preços. O Governo deve procurar uma opção que garanta preços baixos da gasolina, mas esta opção não está sujeita a uma forte volatilidade por parte do mercado internacional.
O preço da gasolina é uma razão para a revolução
Em maio de 2018, caminhoneiros de todo o país realizaram uma greve geral para protestar contra o preço do combustível. Foi o apagão de 10 dias que colocou toda a cadeia de suprimentos, incluindo elementos essenciais, em risco. Naquele ano, o preço médio da gasolina foi de 4 reais.
Na época, Jair Bolsonaro, que era deputado federal, apoiou a greve como a única forma de pressionar o governo de Michel Temer a agir sobre os preços dos combustíveis. No entanto, em seu mandato como presidente, Bolsonaro enfrenta duras críticas justamente pelo aumento dos litros de gasolina, que em 2022 chegou a mais de 7 reais em muitas cidades.
Na tentativa de contornar o descontentamento dos brasileiros no ano em que tentou ser reeleito, Jair Bolsonaro cortou o Imposto sobre Circulação de Bens e Serviços (ICMS) no segundo semestre e culpou a Petrobras pelas emendas. No entanto, o combustível vendido pelo Estado às distribuidoras não eleva os preços desde junho.