Apesar de discurso do petista, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que o Brasil deve revisar gastosDurante uma conversa na Rádio Metrópole, da Bahia, na última quinta-feira, 17, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou que se sente “muito irritado” ao ser pressionado para investir em áreas como saúde, educação e em favor dos mais desfavorecidos. As reclamações estão relacionadas ao controle dos gastos públicos de acordo com a meta fiscal.
“Tem gente que fala que o Lula está gastando dinheiro à toa, está gastando com pobre”, afirmou Lula. “É uma coisa que fico muito irritado. Tudo que o governo faz é gasto.”
O petista fez uma comparação entre investimentos feitos pelo governo, ou seja, públicos, e aqueles realizados no setor privado. Segundo ele, um investimento feito por um proprietário em sua própria empresa pode ser comparado a um investimento do governo realizado com o dinheiro proveniente dos contribuintes.
“Se um banqueiro disser que está fazendo um banheiro, é investimento”, disse o presidente. “Se ele disser que está arrumando a calçada, é investimento. O empresário que vai pagar o salário dos funcionários é investimento, mas quando é o governo é gasto. Quero dizer em alto e bom som, para mim, educação não é gasto, saúde não é gasto.”
Apesar do tom de Lula, Simone Tebet revisa gastosNa terça-feira, dia 16, Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento, declarou que é preciso revisar urgentemente os gastos públicos no Brasil. Suas palavras vieram após uma reunião com Fernando Haddad, ministro da Fazenda.
Ela também afirmou que não é possível solucionar a questão do desequilíbrio fiscal através do incremento de receitas.
“Chegou a hora para levar a sério a revisão de gastos”, afirmou a ministra. “Não é possível mais apenas pelo lado da receita resolver o fiscal. Arcabouço está de pé. Sem perspectiva de alteração.”
Depois do encontro com Haddad, Tebet informou que eles autorizaram suas equipes a elaborarem propostas para apresentar a Lula. “Eu e Haddad autorizamos a equipe a colocar propostas no papel”, afirmou Tebet. “Um segundo momento é de fazê-las chegarem à mesa do presidente Lula.” As informações são da Revista Oeste.